quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Brasil alivia barreiras à carne do Paraguai.

Fiscalização volta à rotina antes do previsto e governo brasileiro autoriza a retomada da importação de cortes bovinos desossados.

                                                                                 Christian Rizzi/Gazeta do Povo
                         Christian Rizzi/Gazeta do Povo / Açougue em Porto Franco (Paraguai): preços ao consumidor estão próximos dos praticados no Brasil
                                 Açougue em Porto Franco (Paraguai): preços ao consumidor estão
                                 próximos dos praticados no Brasil


Dois meses e meio após a confirmação de um foco de aftosa no Paraguai, o governo brasileiro liberou a retomada da importação de carne bovina desossada do país vizinho. Segundo as autoridades sanitárias, o problema está sob controle e o risco de transmissão ao gado brasileiro reside no produto in natura sem inspeção, não no desossado. O reforço na fiscalização, no entanto, também foi aliviado. As Forças Armadas, que ajudariam os agentes sanitários a barrar a importação ilegal na região de Foz do Iguaçu até o fim desta semana, já se retiraram.

A fiscalização nas proximidades do Paraguai, em Foz do Iguaçu e Guaíra, fica a cargo das autoridades federais e, nas divisas estatuais, é assumida pela defesa sanitária paranaense. Em ambos os casos, a informação é de que as equipes de fiscais estão atentas e procuram barrar a carne in natura, mesmo com efetivo reduzido. Em Foz, nos dois meses e meio de fiscalização reforçada, foram apreedidos 382 quilos de carnes diversas.

A carne paraguaia chega à mesa do consumidor paranaense com mais frequência do que se imagina. Segundo da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do governo federal, o Brasil comprou 10,4 mil toneladas de carne bovina desossada refrigerada de janeiro a novembro e 5,6 mil vieram do país vizinho. O Paraná é o principal importador. Foi destino de 4,8 mil toneladas do alimento no mesmo período (85% do produto paraguaio importado).

O principal motivo para a importação de carne desossada paraguaia, que acaba de ser liberada – é o mesmo que atrai a população brasileira aos supermercados estrangeiros localizados perto da fronteira: os preços. O importador do Brasil paga ao exportador do Paraguai o equivalente a R$ 8,6 por quilo de carne bovina. Em média, o alimento custa R$ 16,1/kg se considerados os preços de todos os países fornecedores. A diferença, segundo a fiscalização brasileira, é menor na comparação dos preços ao consumidor final, o que tem limitado o interesse pela carne do país vizinho.

O Paraná enfrentou uma crise de aftosa em seu rebanho pela última vez em outubro de 2005. A União Europeia só voltou a importar carne do estado em setembro de 2008, quase três anos depois.

Apreensões
Vigilância permanente
A entrada de carne in natura sem inspeção continua proibida na fronteira com o Paraguai. Na região de Foz do Iguaçu, Oeste do Paraná, agentes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informam que mantêm a fiscalização em tempo integral desde o dia 21 de setembro. A barreira, disposta na Ponte da Amizade, teve reforço das Forças Armadas por dois meses. A desinfecção dos veículos com rodolúvios e arcolúvios foi suspensa três semanas atrás.

Segundo os fiscais, o temor de que a compra direta de carne paraguaia pelos consumidores brasileiros fugisse do controle não se concretizou. “Não percebemos este tipo de movimentação por aqui. As apreensões feitas na Ponte Internacional da Amizade neste período foram de pequenas quantidades, grande parte apreendida com colonos que normalmente circulam com esse tipo de produto pela região”, disse Adilson Sato, chefe da Unidade de Vigilância Agropecuária do Ministério da Agricultura em Foz do Iguaçu.

De 21 a 30 de setembro, os fiscais apreenderam 34 quilos de carne (bovina, suína, ovina e de frango). Em outubro, 58 kg. No mês passado, com o reforço temporário na fiscalização, outros 290 kg, a maior delas de 50 kg.

Na região de Foz do Iguaçu, 24 servidores, entre lotados e reforços, são responsáveis pela fiscalização nas pontes, no aeroporto, no posto avançado no Paraguai, no Porto Seco e municípios vizinhos. “O ideal seria o dobro”, aponta Sato.

Fonte: Jornal Gazeta do Povo
 

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