Resultado da pesquisa mensal do IBGE veio acima das expectativas do mercado. No Paraná, avanço ficou abaixo da média nacional.
Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Folheto do Minha Casa Melhor na entrada de uma loja varejista em Curitiba: segundo o IBGE, o programa ajudou a reanimar comércio do país
As vendas no varejo brasileiro surpreenderam e aceleraram em ritmo mais rápido em julho, impulsionadas por móveis e eletrodomésticos – em especial pelo programa federal Minha Casa Melhor – e pelo alívio da inflação para as compras em supermercados.
Na comparação com junho, as vendas varejistas cresceram 1,9%, melhor resultado desde janeiro de 2012, quando houve alta de 2,8%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o avanço foi de 6%.
O resultado ficou bem acima das expectativas, mas ainda não está claro se esse movimento poderá ser sustentado, diante de sinais de fraqueza do mercado de trabalho, renda real e confiança do consumidor.
Oito das dez atividades pesquisadas tiveram resultados positivos na comparação mensal, com destaque para Tecidos, vestuário e calçados (5,4%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (3,9%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,5%), Móveis e eletrodomésticos (2,6%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,8%).
Em relação ao mesmo mês de 2012, todas as atividades mostraram crescimento. O principal impacto no volume de vendas nesta base de comparação foi de Móveis e eletrodomésticos, com participação de 22,4% na taxa global do varejo após aumento de 11% no volume de vendas em relação a julho de 2012.
Esse setor vem sendo favorecido pelo programa do governo Minha Casa Melhor, uma linha de crédito de R$ 18,7 bilhões para financiar a compra de eletrodomésticos e móveis por beneficiários do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
“Foram várias expansões, mas sobretudo no segmento de Móveis e eletrodomésticos. O programa Minha Casa Melhor injetou recursos no comércio e já repercute nas vendas”, destaca a economista do IBGE Aleciana Gusmão.
Por sua vez, o grupo Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo teve participação de 21,8%, após alta de 2,6% nas vendas em julho ante igual mês do ano anterior.
Neste caso, o consumo foi favorecido por alimentos, que registraram em julho a primeira deflação desde julho de 2011, ao recuarem 0,33%.
Impacto
O resultado deve ajudar o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) do mês, mas não crava que uma recuperação da economia. “Esperávamos um terceiro trimestre negativo, mas dependendo dos dados de agosto pode ser que tenhamos um terceiro trimestre perto da estabilidade”, diz Thais Zara, economista-chefe da Rosenberg & Associados.
Fonte: Reuters/Agência Estado
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