Apesar do recorde sul-americano, nadadora curitibana confessa nervosismo e lamenta não ter alcançado uma final no Mundial em Barcelona.
Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Alessandra Marchioro ficou na 24.ª posição nos 50m livre no Mundial de Barcelona
“Achei que iria nadar melhor”, resume a nadadora Alessandra Marchioro sobre sua estreia em um campeonato mundial adulto. A atleta desembarcou ontem em Curitiba, depois de disputar três provas no Mundial de Barcelona, no qual o Brasil terminou em 7.º lugar, com dez medalhas (três de ouro, duas com Cesar Cielo e uma com Poliana Okimoto).
Apesar de comemorar o recorde sul-americano batido no revezamento 4 x 100 m livre (3min41s5) fechando a prova com o melhor tempo do quarteto formado por ela (55s17), Larissa Oliveira, Daynara de Paula e Graciele Hermann, a curitibana conta que esperava um melhor desempenho nos 50 m livre, sua principal prova. “Saí brava da piscina. Se tivesse repetido meus melhores tempos, poderia conseguir ao menos uma semifinal”, conta. Ela terminou a prova em 25s68, o que lhe rendeu apenas a 24.ª posição, deixando a competição na fase eliminatória. Seu melhor índice pessoal, quase um segundo a menos (24s76), lhe garantiria o sétimo lugar no Mundial.
“Como eu já não tinha nadado muito bem os 100 m livre [terminou em 32.º lugar] e já tinha nadado o revezamento, fui mais na raça, com sentimento de dar o melhor tempo da minha vida, estava com a cabeça tranquila... Talvez tenha ficado um pouco nervosa, mas vi que sou alta e forte como as melhores do mundo. Fiz a prova muito bem feita, mas, na hora que precisei encaixar a perna, senti o joelho, que falhou”, conta. A nadadora de 20 anos está com um edema ósseo no joelho esquerdo, que vinha sendo tratado por sua equipe médica antes de embarcar para a Espanha.
A lesão terá de esperar mais alguns dias antes de receber atenção exclusiva de Alessandra: na próxima semana ela compete o Troféu José Finkel, em São Paulo. “Cheguei a cogitar não disputar o Mundial, mas quis ir mesmo com esse problema. Estamos tentando controlar a situação”, conta.
Apesar de terminar a competição aquém do planejado, o saldo é positivo, afirma. “Saí do Brasil sabendo que podia nadar muito bem ou muito mal. Talvez a equipe já esperasse algo assim. Ainda assim, foi uma experiência única compartilhar das vitórias do Cielo, os resultados do Thiago Pereira, e ver que um dia posso estar no mesmo patamar. Ver que esses nadadores não são super-heróis, mas pessoas normais que se dedicam muito ao que fazem”, diz.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo
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