quarta-feira, 31 de julho de 2013

Duelo atleticano opõe política administrativa.

Furacão abre mão dos títulos em nome do patrimônio e de viver sem dívidas. Já o Galo gasta com craques e convive com passivo milionário.

Carlos Rheik / Hoje em Dia
Carlos Rheik / Hoje em Dia / Galo aceitou proposta de 25 milhões de euros para vender Bernard
Galo aceitou proposta de 25 milhões de euros para vender Bernard
Hoje, a partir das 19h30, a Arena Independência recebe um encontro de Atléticos opostos pela décima rodada da Série A. O Paranaense, dono da menor dívida do futebol nacional, foi rebaixado em 2011, flerta novamente com a área de risco e há quatro anos não comemora um título sequer.
O endividado xará mineiro, por outro lado, curte o melhor momento de seus 105 anos de história. É o atual bicampeão estadual, vice do Brasileiro e, na semana passada, conquistou a principal glória continental.
Campeão da Libertadores pela primeira vez, o Galo tem um passivo 132 vezes maior do que o Furacão. São R$ 637,6 milhões (incluindo endividamento tributário), o quarto entre as equipes da elite – apenas Flamengo, Botafogo e Fluminense acumulam mais credores. Segundo o balanço de 2012, o Atlético tem somente R$ 4,8 milhões de dívidas, todas em impostos.
Em empréstimos, o clube mineiro soma R$ 167,9 milhões, quase quatros vezes mais do que os R$ 44,7 milhões que os paranaenses precisam administrar.
Ainda assim, os resultados esportivos são opostos. “O Atlético-MG fez uma aposta e deu certo. O Flamengo, por exemplo, fez a mesma aposta várias vezes e resultou em uma dívida imensa”, explica Fernando Ferreira, diretor da Pluri Consultoria.
A aposta em questão é a política de gastar mais do que se arrecada para fortalecer o time. Entre 2011 e 2012, o endividamento cresceu 13%, o que explica a contratação de jogadores caros como Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli, Jô, Réver e Victor, vitais para o elenco comandado por Cuca.
Só no último ano, o futebol custou aos cofres do Galo R$ 126 milhões, enquanto a receita total, sem contabilizar venda de jogadores, foi de R$ 151 milhões. Ainda que conte com valores substanciais antecipados de um shopping construído em área arrendada pelo clube, a matemática não se sustenta em longo prazo.
“Se olharmos com uma perspectiva de dez anos, o modelo do Atlético-PR é muito mais eficiente. O Galo poderia ter sido eliminado na Libertadores, colocando o projeto inteiro em risco”, diz o consultor de gestão esportiva Amir Somoggi. “Mas eles montaram um grande time e todo trabalho ruim anterior foi esquecido”, completa.
Se não sofrer revés em campo, como mais uma queda à Segunda Divisão, o plano de não cometer loucuras no futebol bradado pelo presidente Mario Celso Petraglia pode fazer o Furacão mudar de patamar, crava Ferreira.
“No curto prazo é sofrível, o torcedor não entende. Mas quando se olha de fora é muito claro que estão optando por um bem maior. Poucos vão ter a condição do Atlético, com estádio próprio e rendas só dele”, aponta.
Bilheteria
Rubro-Negro baixa o valor do ingresso, mas não agrada ao Procon
A redução no valor dos ingressos anunciada ontem pelo Atlético para as partidas na Vila Capanema não atende às exigências do Procon. Conforme análise dos borderôs da última rodada do Brasileiro, o Furacão segue com o ingresso avulso mais caro da Série A mesmo após a redução – os bilhetes caíram de R$ 150 para R$ 120.
Segundo a advogada do órgão, Cila Santos, os novos valores não condizem com o exigido na notificação feita ao clube no começo do mês, quando o ingresso saltou de R$ 100 para R$ 150. “O processo administrativo instaurado exige que o clube volte a praticar os preços anteriores ao aumento”, explica a advogada.
Após subir o valor dos ingressos avulsos a partir do jogo com o Corinthians, no último dia 21, o Procon notificou o Atlético por aumento abusivo. A redução não extingue o procedimento que está em análise no órgão de defesa do consumidor. Se for punido, o Rubro-Negro pode ser multado em até R$ 6 milhões.
Da Redação
Fonte: Jornal Gazeta do Povo

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