quarta-feira, 24 de abril de 2013

Klabin planeja fábrica de papel-cartão.

O local escolhido é Ortigueira, mesmo município dos Campos Gerais onde a empresa construirá uma nova unidade bilionária de celulose.

Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Henry Milleo/ Gazeta do Povo / Ortigueira, município de 23 mil habitantes, deve receber mais US$ 800 milhões em investimentos da Klabin
Ortigueira, município de 23 mil habitantes, deve receber mais US$ 800 milhões em investimentos da Klabin
A Klabin pretende instalar uma fábrica de papel-cartão em Ortigueira, mesma cidade onde a empresa vai erguer sua unidade industrial de celulose, que está orçada em R$ 6,8 bilhões. A nova linha de papel-cartão, que é usado na fabricação de embalagens, terá capacidade para fazer até 400 mil toneladas/ano e poderá significar, segundo estimativas de mercado, um investimento adicional de até US$ 800 milhões.
O último grande investimento da Klabin no segmento de papel-cartão foi feito em 2007, em uma máquina com capacidade para 350 mil toneladas ano em Telêmaco Borba. Na época, o investimento somou R$ 2,2 bilhões. A empresa preferiu não comentar os novos investimentos.
A Klabin funciona hoje muito próxima do seu limite de capacidade no mercado de papel-cartão e necessita de novos investimentos para fazer frente a novos contratos, entre eles o de embalagens longa vida para a Tetra Pak. A ideia original era investir na produção de papel-cartão em Ortigueira um ano depois da inauguração da fábrica de celulose, que fornecerá matéria-prima para a produção do papel a partir de 2015.
Se confirmada, a nova fábrica representará um aumento de 50% na produção de papel-cartão da empresa, segundo Ederson de Almeida, diretor-executivo da Consufor, consultoria especializada no setor florestal.
Em 2012, a produção brasileira de papel-cartão foi de 733 mil toneladas, 3,8% mais que em 2011, segundo a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa).
A demanda mundial de papel-cartão crescerá em média 2% ao ano nos próximos dez anos, puxada pela demanda da Ásia, segundo projeções da Consufor.
Atualmente, a maior parte da produção brasileira de papel cartão é destinada ao mercado interno (cerca de 75%). Segundo Almeida, esse mercado também deve crescer, uma vez que os segmentos que consomem o papel- cartão (higiene, medicamentos, alimentos e utensílios domésticos) projetam forte avanço nos próximos anos.
Obras da planta de celulose começaram com atraso, neste mês de abril
O Conselho de Admi­nistração da Klabin deve aprovar nos próximos meses os investimentos na nova fábrica de celulose, que terá capacidade para produzir 1,5 milhão de toneladas de celulose de fibra curta e longa a partir de 2015. Segundo o secretário de administração de Ortigueira, Altair Campos de Sousa, as obras de terraplanagem da nova fábrica, que deveriam ter começado no início do ano, sofreram atrasos por conta da chuva e iniciaram somente na segunda semana de abril. “Cerca de 100 caminhões e 50 máquinas ficaram paradas mais de um mês à espera do início dos trabalhos”, diz. A nova fábrica será instalada a 15 quilômetros da área urbana de Ortigueira.
Aproximadamente 300 pessoas devem trabalhar nessa fase, número que poderá subir, nas contas da prefeitura, para algo próximo a 8 mil durante o pico da obra, programado para daqui 18 meses.
Em nota, a Klabin informou que começaram “algumas pequenas atividades de preparação do terreno da nova fábrica em Ortigueira”. De acordo com a empresa, o início das obras de construção civil da nova fábrica depende da aprovação do Conselho de Administração da Klabin, que ainda não tem data para ocorrer.
Perspectivas
Quando estiver pronta, a fábrica de celulose deve empregar 1,5 mil funcionários. O projeto vem movimentando a região e a preocupação, de acordo com o secretário, é com a capacidade que a cidade de 23 mil habitantes – 60% deles na área rural – terá para atender a demanda gerada pelo projeto. A construção ainda nem começou e já não há quase imóveis para locação na cidade, segundo Sousa. Os preços de áreas no entorno da cidade já triplicaram de valor.
Partilha de ICMS
Uma das novidades do investimento é a partilha do ICMS entre os municípios produtores de matéria-prima. Ortigueira ficará com 50% do imposto gerado. A outra metade será dividida entre os municípios de Cândido de Abreu, Congoinhas, Curiúva, Imbaú, Reserva, Rio Branco do Ivaí, São Jerônimo da Serra, Sapopema, Telêmaco Borba, Tibagi e Ventania.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo

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