sexta-feira, 26 de abril de 2013

Assediado pela BNDESPar, Boticário descarta venda.

Presidente do grupo confirma que foi procurado, mas diz que não pretende mudar o modelo de crescimento adotado até agora.

Midori De Lucca
Midori De Lucca / Grynbaum, de O Boticário: capilaridade e crescimento do setor atraíram a BNDESPar
Grynbaum, de O Boticário: capilaridade e crescimento do setor atraíram a BNDESPar
A BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), tentou comprar uma participação no grupo paranaense O Boticário, que é dono das marcas O Boticário, quem disse berenice?, Skingen, The Beauty Box e Eudora.
O rápido crescimento do grupo, principalmente nos últimos dois anos, e o fato de ele atuar no segmento beneficiado pelo aumento do consumo e com grande capilaridade – são 3,5 mil lojas e presença em 1,75 mil municípios somente da marca que dá nome ao grupo – ganhou apelo nos bastidores da BNDESPar. O braço do banco de fomento costuma comprar pequenas participações em empresas para depois vendê-las após determinado período. Com uma carteira de R$ 10 bilhões, a BNDESPar teria interesse em diversificar seu portfólio.
O presidente do grupo O Boticário, Artur Grynbaum, confirma que foi procurado pelo banco, mas descarta a venda de parte do grupo. “Não é o nosso objetivo no momento. Vamos manter o modelo de crescimento que adotamos até agora”, diz.
O Boticário acaba de contratar um financiamento de R$ 562 milhões junto ao BNDES. A maior parte dos recursos será destinada à construção de uma fábrica e um centro de distribuição na Bahia e a abertura de novas lojas no país pela rede de franquias. Somente da marca O Boticário estão previstas 163 novas lojas em 2013. Trata-se de um modelo novo de financiamento do BNDES, que permitirá a rede de lojas franqueadas ter acesso a recursos para bancar a abertura de novas lojas.
O interesse do banco nesse setor não é à toa. O Brasil é considerado a “bola da vez” do mercado de perfumaria e cosméticos mundial e vem atraindo uma intensa movimentação de empresas nacionais e internacionais. O país é o terceiro maior mercado mundial – atrás dos Estados Unidos e Japão –mas caminha rapidamente para ocupar a segunda colocação até 2014.
Há pelo menos dez anos o setor de higiene, perfumaria e cosméticos vem crescendo em média 10% ao ano e mantém o ritmo mesmo com um desempenho mais fraco da economia. Com a abertura de várias unidades de negócios nos últimos anos e um forte ritmo de lançamentos de produtos, o grupo vem conseguindo crescer acima do mercado. A previsão é de um aumento de 20% nas vendas.
Nova marca
Curitiba terá seis lojas da quem disse Berenice?
O grupo Boticário pretende abrir seis lojas quem disse Berenice? até o fim do ano em Curitiba. Lançada de agosto de 2012 em São Paulo, a QDB, como é conhecida dentro do grupo, concentra-se em maquiagem, responsável por a imensa maioria dos seus cerca de 500 produtos. Hoje essa rede tem 13 lojas e, até o fim do ano, serão mais 60. Artur Grynbaum, presidente do grupo, não revela a localização das novas lojas em Curitiba, mas ele cita o shopping Estação como uma das possibilidades.
O grupo também está mudando o visual das lojas da marca O Boticário, que serão totalmente transformadas nos próximos quatro anos. O projeto, orçado em R$ 1 bilhão, será bancado principalmente pela rede de franquias. A empresa tem 3,5 mil lojas no país e cerca de 900 franqueados. A última alteração do visual das lojas O Boticário foi em 2006. “Desde que a rede foi fundada já foram sete mudanças de layout das lojas. O consumidor quer isso e buscamos criar uma experiência de compra que privilegiasse não apenas o olfato, mas também outros sentidos”, diz. Do total de recursos, R$ 3,5 milhões custearam o desenvolvimento do novo projeto, que levou 18 meses para ficar pronto. O novo modelo inclui mudanças arquitetônicas, de design e o uso de recursos como tablets, sonorização e guias que apresentam vídeo, músicas e tutoriais sobre os produtos. Nas lojas, o consumidor também poderá customizar embalagens e tirar sua foto para fazer um cartão de presente.
A intenção é ter, inicialmente, 11 lojas nesse formato. Além da loja do shopping Morumbi, inaugurada ontem em São Paulo, devem adotar o formato lojas em Curitiba – no shop­ping Pátio Batel – , Goiânia, Belo Horizonte e Governador Valadares (MG), Salvador e Ilhéus (BA), Porto Alegre e Pelotas (RS), Natal e Ribeirão Preto (SP). O grupo também deve começar a reformular, no segundo semestre, as lojas Eudora. “Estamos elaborando pequenos ajustes. O piso preto que adotamos nas lojas, que achávamos que daria um ar mais sensual para os ambientes, que é a proposta da marca, acabou não funcionando. Mas vamos manter a cor roxa da marca”, adianta.

Fonte: Jornal Gazeta do Povo

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