Comparação entre os dados epidemiológicos foi feita no período de agosto a janeiro nos ciclos 2010/2011 e 2011/2012. Número de notificações também registrou queda.
O número de casos confirmados de dengue no Paraná caiu 92% na comparação entre os casos registrados entre agosto e janeiro, nos ciclos 2010/2011 e 2011/2012. Os dados foram divulgados no Boletim da Dengue, organizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) nesta quarta-feira (1).
Entre as semanas epidemiológicas 31/2010 e 04/2011, foram confirmados 3.122 casos. No período equivalente nos anos 2011/2012, foram confirmados apenas 237 ocorrências. O registro de notificações também caiu 5,2% na comparação entre os dois períodos, reduzindo de 13.088 para 12.395 nesta temporada. O órgão não registrou óbitos nesses períodos.
Segundo a Sesa, a redução dos casos pode ser resultado da ação dos municípios, que adotaram os roteiros apresentados pelas regionais de saúde na busca da erradicação dos focos da doença. Outro fator apontado pelo governo estadual é o investimento em capacitação de profissionais da área para o diagnóstico e tratamento da doença.
Para o geógrafo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Francisco Mendonça, as ações resultantes de políticas públicas são importantes para a redução dos casos de dengue, mas não são os únicos fatores. O geógrafo afirma que é impossível ignorar os fatores climáticos.
Ele explica que a partir do segundo semestre de 2010, que foi um ano que não teve a interrupção sazonal dos casos de dengue no estado, acreditava-se q ue haveria uma super epidemia em 2011, porque as temperaturas estavam mais quentes e os dias eram mais úmidos.
Para ele, as condições climáticas apresentadas em 2011 inibiram os vetores da doença. "Em 2011, houve o fenômeno La Niña e um segundo semestre chuvoso e com temperaturas baixas. Este mês de janeiro é o mês mais frio dos últimos 14 anos e nesses períodos anteriores o estado nem tinha epidemia da doença", argumenta.
Mendonça ainda alerta para as condições do tempo, que devem se manter assim até abril, passando por arço, que é o mês que concentra mais casos da doença. "Mesmo tendo um verão menos quente, não significa que a doença está controlada. Se esquentar e chover muito, sempre há risco de surtos da doença", explica.
Cidades
As cidades que apresentaram as reduções mais significativas nos casos confirmados da doença se concentram, principalmente, nas regiões Norte, Noroeste e Oeste do estado, que foram as mais afetadas pela última epidemia. Jacarezinho, no Norte Pioneiro, passou de 1.131 casos na temporada 2010/2011 para nenhum no período posterior. Na mesma região, Cornélio Procópiopassou de 143 casos para um, o que significa uma redução de 99,3%.
Londrina, na região Norte, teve redução de 97,2%, passando de 1.290 casos da doença para 36. No Noroeste, Sarandi e Maringá registraram quedas significativas. Em Sarandi, a redução foi de 95,5%, passando de 112 ocorrências para cinco. No caso de Maringá, a cidade teve 133 casos da doença confirmados em 2010/2011 contra 18 casos em 2011/2012, redução de 86,4%. Já em Foz do Iguaçu, no Oeste, a redução foi de 71,5%, passando de 88 para 25 casos da doença no período.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo
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