Medida foi tomada no primeiro dia de greve dos trabalhadores de transportes de valores. Sindicato da categoria estima que poderá faltar dinheiro nos caixas eletrônicos nesta sexta.
A greve no Paraná dos seguranças que trabalham no transporte de valores com carros-fortes está afetando o saque no caixas físicos em alguns bancos. Apesar de ainda não haver informações sobre falta de dinheiro nos estabelecimentos, algumas agências já estão limitando o valor do saque para os clientes.
Em Curitiba, há informações de agências da Caixa Econômica Federal que não estão permitindo saques superiores a R$ 1 mil nos caixas. Normalmente, o valor permitido é de R$ 5 mil. Algumas agências também não estariam agendando horários para saques de valor superior. O serviço de penhora de bens também estaria prejudicado.
A greve ainda pode afetar o abastecimento de dinheiro nos caixas eletrônicos. A estimativa do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte de Valores e Escolta Armada do Paraná (Sindeesfort-PR) é de que poderá faltar dinheiro nos caixas eletrônicos já nesta sexta-feira (3).
A categoria entrou em greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (1º). Com a paralisação, a distribuição de dinheiro para as agências bancárias de todo o estado deve ser prejudicada.
O presidente do Sindeesfort-PR, Paulo Sérgio Gomes, afirmou que os caixas eletrônicos não operam no limite máximo por causa dos ataques constantes que foram registrados e, por isso, o desabastecimento pode ocorrer ainda nesta semana.
A greve
A decisão pela paralisação foi confirmada na noite de terça-feira (31), em assembleia da categoria. Segundo Gomes, todos os 1,8 mil seguranças de transporte de valores aderiram à greve. A ausência dos trabalhadores não afetará apenas os serviços bancários. Com a greve, ficam suspensas a coleta e distribuição de dinheiro em casas lotéricas e grandes redes varejistas, por exemplo.
Em assembleia na tarde desta quarta-feira (1), os trabalhadores decidiram manter a paralisação. Até o momento, o sindicato patronal não apresentou nenhuma proposta aos trabalhadores.
O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana também disse que a possibilidade de haver falta de dinheiro nos caixas eletrônicos é grande.
Sobre os caixas físicos, o sindicato afirmou ser remota a possibilidade de os bancos ficaram sem dinheiro. Segundo o sindicato dos bancários, pode haver desequilíbrio em algumas agências, principalmente naquelas que fazem mais pagamentos do que recebimentos. Como há reservas e os bancos também seguem fazendo cobranças, a entidade não acredita que chegará ao ponto de haver desabastecimento nos caixas físicos.
A segurança no interior das agências bancárias não apresenta problemas, pois os vigilantes patrimoniais não entraram em greve.
Em nota, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), afirmou que "os bancos têm contratos com as empresas de Transporte de Valores e esperam uma rápida solução do conflito, de forma a garantir que o atendimento ao público não seja prejudicado". A federação ainda ressaltou que os bancos oferecem opções aos clientes. como redes de agências e correspondentes, além de meios virtuais de atendimento.
O vice-presidente da Associação Comercial do Paraná, Antonio Miguel Espolador Neto, acredita que a greve dos funcionários não vá afetar o comércio. "São poucos estabelecimentos que utilizam esse serviço, com exceção de grandes redes varejistas. Não vejo problemas nem para lojistas, nem para os clientes", comenta.
Interior do Paraná
Vigilantes que trabalham em empresas de transporte de valores em Londrina também entraram em greve na manhã desta quarta-feira (1º). Segundo o delegado sindical da categoria, Odair José Ferreira dos Santos, outras cidades como Maringá e Cascavel também participam do movimento, com 100% de adesão.
Vigilância patrimonial
Por outro lado, os funcionários que trabalham com vigilância patrimonial, como os vigilantes que ficam dentro de agências bancárias, aceitaram a proposta patronal e fecharam acordo de reajuste salarial na noite desta terça-feira (31). De acordo com o Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região Metropolitana, cerca de 70% dos trabalhadores presentes na reunião da categoria concordou com o acordo.
O secretário geral do Sindicato dos Vigilantes, Ademir Pincheski, disse que a proposta foi aceita porque representou ganhos acima da inflação. “O reajuste total na massa salarial foi de 11,78%. Como a inflação no período (janeiro de 2010 a janeiro de 2012) deve fechar em 5,72% tivemos um aumento de 6,06% acima da inflação”, argumentou.
Pelo acordo, o piso salarial dos vigilantes patrimoniais subiu 6,94% e passou para R$ 1.140,00.
Já o adicional de risco de vida subiu 34,3% e passa a ser de R$ 180 por mês. O vale alimentação subiu 19,2% e será de R$ 15,50 por dia trabalhado, a partir de fevereiro.
Reivindicações
Segundo Gomes, disse que o impasse surgiu na semana passada, quando foi aprovado, no dia 26 de janeiro, um indicativo de greve . Como a proposta patronal não melhorou, a paralisação foi confirmada. “Não houve nova proposta e mantiveram o que foi ofertado lá atrás, que era a reposição da inflação mais a renovação da convenção coletiva por dois anos.” O sindicato pede aumento acima da inflação.
A categoria reivindica reajuste salarial de 13%, convênio médico totalmente custeado pelas empresas, e inclusão do adicional de 30% por risco de vida no 13º salário e nas férias. Além dos seguranças de carros-fortes, os chamados de tesoureiros também estão em greve. Eles são responsáveis pela montagem de malotes e contagem de dinheiro nas empresas.
A reportagem tentou entrar em contato comSindicato das Empresas de Transporte de Valores do Paraná na noite desta terça-feira e também na manhã desta quarta-feira, por volta das 10h30, mas não obteve sucesso.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo
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