segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Paranaense confia no Procon, mas busca primeiro a empresa.

Levantamento inédito mostra que 72% dos con­­sumidores do es­­tado que bus­­caram seus direitos conse­­guiram resolver problema.

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As empresas são o primeiro canal procurado na tentativa de resolver algum problema, mas o Procon-PR é o órgão mais confiável para a maioria da população paranaense. Esse é o resultado de um levantamento inédito da Paraná Pesquisas, feito com exclusividade para a Gazeta do Povo para entender os hábitos do consumidor paranaense em relação a seus direitos. A pesquisa ouviu 1.322 pessoas em 80 municípios do estado.

Segundo o estudo, as mulheres reclamam 35% mais do que os homens e pelo menos 72% dos consumidores que buscam seus direitos acabam conseguindo uma solução. A pesquisa ainda mostra que 38% dos paranaenses já se sentiram lesados em seus direitos enquanto consumidores. O dado positivo é que apenas 4% dos consumidores que enfrentaram problemas deixaram a situação de lado, sem se preocupar em resolvê-la. O índice é próximo ao de pessoas que buscam uma solução através de um processo na Justiça comum.

No recorte por gênero, a pesquisa revela que 4,3% dos homens deixam de correr atrás de seus direitos, enquanto apenas 3,2% das mulheres abrem mão de reclamar. Jovens e adultos com idade entre 25 e 34 anos são os menos tolerantes: apenas 2% deixam o problema sem tentar resolvê-lo. Entre os adultos na faixa dos 45 aos 59 anos, 5,3% deixam a questão passar em branco.

Ainda de acordo com o levantamento, 66% dos consumidores preferem tentar uma solução com a própria empresa. Outros 15% acabam registrando uma queixa no Procon. “É um dado positivo, que mostra que as pessoas conhecem os seus direitos e sabem que podem acessá-lo”, avalia a coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano. Segundo ela, esse é um sinal de maturidade do consumidor paranaense. “Mostra que o cidadão está ciente de seus direitos e ele não sente a necessidade da tutela do Estado para acessá-los” avalia Claudia.

Apesar de ser o segundo meio mais acessado, o Procon é apontado por 54% dos paranaenses como o meio confiável para se resolver problemas de consumo, à frente dos Serviços de Aten­­dimento ao Consumidor (14,6%), da Justiça (11%), do Ministério Público (7%) e das Delegacias do Consumidor (6%).

A internet e as redes sociais, que vêm crescendo como ferramenta de apoio a causa consumerista, têm a confiança de pouco menos de 3% da população. Essa percepção não varia consideravelmente em função da idade dos entrevistados.

O diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo Lopes de Oliveira, destaca o alto índice de confiabilidade do Procon. “É o órgão que está mais próximo do cidadão. A sigla se tornou uma referência e o órgão pegou uma fama de que resolve os casos”, considera.

“Para nós é um resultado positivo, e mostra que o órgão é um agente facilitador, sobretudo porque garante acesso à Justiça. Mas, mais importante do que comemorar, é importante usar esse parâmetro como um norte para melhorar ainda mais o índice de confiança da população”, diz a coordenadora.

Municipalização
Segundo Claudia, apenas 50 dos 399 municípios paranaenses possuem um Procon municipal. Curitiba é uma das poucas capitais do país sem o órgão municial – o Procon-PR atua na esfera estadual. “Se tivéssemos uma capilaridade maior, essa confiança poderia ser ainda maior”, afirma. As negociações entre prefeitura e o governo do estado para a municipalização do órgão foram rejeitadas pela administração municipal. O Código de Defesa do Consumidor prevê a implantação de Procons em todos os municípios brasileiros.


             

Fonte: Jornal Gazeta do Povo

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