domingo, 31 de julho de 2011

A região mais cara será cada vez mais comercial em Curitiba.

Restaurantes e lojas tradicionais do Batel darão lugar a uma série de condomínios verticais de escritórios.

                                                                                                  Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
            Daniel Castellano/ Gazeta do Povo / No terreno ocupado pela farmácia Droga Raia e pela Pizza Hut será construído um prédio de dez andares, com 15 mil metros quadrados de escritórios e lojas
                No terreno ocupado pela farmácia Droga Raia e pela Pizza Hut será construído um prédio
                de dez andares, com 15 mil metros quadrados de escritórios e lojas

O mercado pressiona e o bairro Batel, em Curitiba, começa a dar sinais de que sua característica predominantemente residencial dará lugar a um perfil cada vez mais comercial em pouco tempo. Em uma projeção de cinco anos, a Avenida do Batel e sua continuação, no trecho de 1,3 quilômetro entre as ruas Desembargador Motta e Francisco Rocha, ganharão novos condomínios comerciais verticais, que abrigarão escritórios e lojas, além da inauguração de um shopping de luxo e da remodelação do Shopping Crystal, entre outros investimentos.

Uma das áreas mais nobres da região, o terreno ocupado pela farmácia Droga Raia e pela Pizza Hut – restaurante instalado há 18 anos no número 711 da Rua Benja­min Lins, um prolongamento da Avenida do Batel –, dará lugar a um escritório comercial de dez andares. E vários outros espaços das proximidades, ocupados por restaurantes ou lojas, estão prestes a se tornar grandes edifícios.

O terreno da Pizza Hut foi negociado com a VCG Empreendimentos durante um período de um ano, em uma disputa que envolveu pelo menos 12 investidores do setor imobiliário. “É um terreno de valor importante e acreditei que seria o momento de abrir espaço para outro de maior valor no local”, afirma Augusto Ávila, franqueado das lojas da Pizza Hut em Curitiba e Santa Catarina.

O valor fechado pelo terreno de 3,3 mil metros quadrados é mantido em sigilo pelo empresário e pelo engenheiro civil Guilherme Vialle, proprietário da VCG Empreen­­dimentos. Eles confirmam apenas que houve permuta, comum nesse tipo de negociação. “Parte do valor será em área construída de escritórios e lojas. Em três anos, uma delas deverá ser utilizada para o retorno da Pizza Hut”, adianta Ávila. O empresário acredita que, em 15 dias, terá definido a escolha do novo local da pizzaria entre quatro pontos, dois deles no próprio bairro e outros dois no entorno. A pizzaria funcionará por mais um ano no local atual.

Valores
As apostas são de que o terreno teria custado entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões – ou seja, algo entre R$ 6 mil e R$ 7,5 mil por metro quadrado. O valor é o dobro do mínimo estimado para a região, afirma o analista de mercado Rodrigo Barros. “O preço exato é difícil de saber, porque não é revelado. Mas, pelas características, o metro quadrado no Batel vale mais que R$ 3 mil e pode ir muito além, conforme o interesse de negociação”, avalia Barros. Mais seguro, diz o analista de mercado, é afirmar que, depois de pronto, cada metro quadrado de área privativa de um condomínio no local pode chegar a R$ 9,5 mil.

A justificativa para tamanha valorização está no fato de a Avenida do Batel estar situada no maior eixo de ligação comercial da cidade, cujo ponto de partida está no Centro, na Avenida Marechal Deodoro, a mais importante via comercial a partir da década de 1970. “A Marechal é nossa Avenida Paulista. Mas saturou, o comércio alcançou a Rua Emiliano Perneta, que também saturou rapidamente, e agora chega à Avenida do Batel, formando a espinha dorsal do comércio de Curitiba. São três ruas importantíssimas, que cortam as principais avenidas Norte-Sul da capital”, destaca.

O empreendimento
A estimativa de investimento para o novo prédio comercial a ser erguido pela VCG Empreendi­­mentos é de cerca de R$ 50 milhões, afirma Vialle. “A fase é de finalização do projeto, com consultores de diversas áreas. Que­remos o melhor edifício da cidade, no melhor local”, diz.

Vialle adianta que o prédio terá dez andares, sendo dois deles de potencial construtivo – a lei de zoneamento para a área permite o máximo de oito pavimentos. Com 15 mil metros quadrados, o prédio vai abrigar escritórios e lojas, além de 200 a 300 vagas de estacionamento. A obra deve começar no segundo trimestre de 2012 e ficar pronta em dois anos. “Terá uma arquitetura diferenciada, que tornará a região mais atrativa, uma referência”, aposta o empresário.

Fonte: Jornal Gazeta do Povo

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