sábado, 30 de julho de 2011

Mudanças na alimentação poderiam evitar alguns dos cânceres mais comuns no país.

Brasileiros estão ingerindo menos de um terço dos alimentos recomendados na prevenção da doença, de acordo com Inca.

             Robinson Estrásulas / Agencia RBS
                 Excessivo consumo de carne vermelha é um dos índices mais alarmantes do estudo
                 Foto:  Robinson Estrásulas  /  Agencia RBS

A pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE revelou que os brasileiros ingerem menos de um terço dos alimentos que podem prevenir o câncer. De acordo com os dados do estudo, a ingestão diária de frutas, verduras e legumes é de 126,4 g, quando o ideal recomendado para prevenir o câncer seria de no mínimo 400 g.

O Fundo Mundial para Pesquisa Contra o Câncer e o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimam que se a população brasileira passasse a consumir diariamente esses 400 g, um em cada três casos de câncer de cavidade oral (boca, faringe e laringe) e de pulmão, assim como um em cada quatro casos de câncer de estômago poderiam ser evitados.

Conforme o nutricionista do Inca, Fábio Gomes, outra preocupação é o excesso no consumo de carne vermelha pelos brasileiros, que é de 523 g por semana.

— De acordo com as informações de consumo alimentar indivudual, 7% dos casos de câncer de cólon e reto poderiam ser evitados se a média de consumo fosse menor — explica.

Estudos do Inca revelam ainda que as carnes (incluindo peixes e aves) salgadas e processadas (cujo consumo é de 100 g por semana) também precisam ser evitadas para prevenir o surgimento do câncer de estômago, reto e cólon, que estão entre os cinco mais incidentes na população.

A combinação de alimentação saudável e atividade física pode, segundo o relatório de políticas e ações para a prevenção do câncer no Brasil, prevenir 63% dos casos de câncer de boca, faringe e laringe, 60% dos tumores de esôfago e 52% dos casos no endométrio.

O alto teor calórico em alimentos como biscoitos e a ingestão em demasia de bebidas açucaradas, como refrigerantes e refrescos artificiais, estão diretamente ligados ao ganho de peso e propensão à obesidade, que, por sua vez aumentam o risco dos cânceres de esôfago (23%), pâncreas (18%), vesícula biliar (10%), cólon e reto (5%), mama (14%), endométrio (29%) e rim (13%).
Redução de gastos na saúde
Segundo o diretor-geral do INCA Luiz Antonio Santini, hábitos alimentares saudáveis somados à atividade física regular e peso corporal adequado poupariam, no mínimo, R$ 84.210.688 em gastos do SUS, no ano de 2010.

Estimativas do INCA indicam que só até o final de 2011, quase meio milhão de pessoas vão receber o diagnóstico de câncer no Brasil. Desse total, as mulheres estão no topo do ranking, com cerca de 253 mil casos (52%), contra os 236 mil casos estimados para os homens.
 
Fonte: Jornal Zero Hora/Bem-Estar

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