segunda-feira, 30 de maio de 2011

Após morte de passageira, Terminal Urbano de Londrina ganhará base do Samu.

Unidade começa a funcionar a partir desta quarta-feira. No dia 17 deste mês, uma mulher de 58 anos morreu depois de passar mal dentro de um ônibus do transporte coletivo.

O Terminal Urbano de Londrina passará a contar com uma base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) a partir desta quarta-feira (1). O anúncio foi feito na manhã desta segunda (30) pela secretária municipal de Saúde, Ana Olympia. No dia 17 deste mês, uma mulher de 58 anos morreu depois de passar mal dentro de um ônibus do transporte coletivo de Londrina. Ao chegar ao terminal, ela não teve nenhum tipo de atendimento, apesar do local contar com um desfribilador.

Ana Olympia, o coordenador do Samu, Elândio Câmara, o presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), André Nadai e o diretor de transportes da companhia, Wilson de Jesus, estiveram na sede do Ministério Público nesta manhã para uma reunião com o promotor Miguel Sogaiar sobre o caso.

Na saída, Ana Olympia falou com os jornalistas. Ela não soube dizer se havia ou não uma pessoa capacitada para utilizar o desfribilador no terminal, no dia em que a mulher passou mal. Ela informou que o caso ainda está sob investigação e que foram constatados problemas com relação a forma como entrou o chamado e a qualidade das informações.

Sobre a base do Samu no terminal, a secretária disse que a descentralização é um procedimento comum em grandes centros. "Não é uma base exclusiva para atendimento do terminal. É uma unidade que ficaria como base ali sendo regulada pela central de regulação do Samu, para os atendimentos prioritariamente da região e do próprio terminal", explicou.

Ela afirmou que uma ambulância, com um motorista socorrista, ficará no local. A secretária de saúde explicou que, caso seja necessário um transporte, o socorrista será acionado via rádio.

Se houver necessidade, ele prestará o primeiro atendimento e terá condições de dar informações mais precisas ao médico regulador para a tomada de medidas mais avançadas.

“Estamos propondo à CMTU para que coloque [no terminal] bons técnicos do trabalho ou auxiliares de enfermagem capacitados, trabalhando não só com orientação e prevenção de acidentes, mas com atendimento primário”, afirmou Ana Olympia.

Ideia é colocar ambulâncias em locais de grande fluxo
O coordenador do Samu, Elândio Câmara, disse que a ideia de descentralização do atendimento não é nova. Ele informou que o órgão apresentou um projeto chamado Samu Regional Londrina, que aguarda uma resposta do governo federal.

“A ideia é colocar ambulâncias em locais de grande fluxo. Segundo a administração do transporte coletivo, 60 mil usuários passam diariamente pelo terminal”, informou. Câmara explicou que a base do Samu não vai funcionar como um posto de atendimento, para que as pessoas possam medir a pressão, por exemplo. “Os casos serão regulados pela central”.

Além da presença de uma unidade no terminal, o coordenador do Samu disse que será realizada capacitação de técnicos do trabalho do terminal para ajudar a fornecer informações mais claras sobre o estado de saúde do paciente. “Também faremos uma nova capacitação para o uso do desfribilador automático”. Ele informou que, a ambulância do Samu no terminal contará com um motorista com formação em técnico ou auxiliar de enfermagem.

O caso
Zilda de Miranda Bezerra, de 58 anos, começou a passar mal logo depois de entrar no ônibus na Avenida Higienópolis, por volta das 20h40 de terça-feira (17). Ao chegar ao terminal, segundo o genro dela, Alan Gabriel Gonçalves, a auxiliar de serviços gerais não teve nenhum tipo de atendimento.

Gonçalves disse que a família chegou ao terminal pouco depois das 23h e como passou mais de 40 minutos sem que a ambulância do Samu chegasse, familiares decidiram levá-la ao Hospital Evangélico em um carro particular. “Acredito que ela tenha morrido dentro do próprio terminal, pois ela chegou em óbito no hospital”, disse. O genro relatou que Zilda tinha pressão alta, mas o problema estava controlado. Ela teria trabalhado durante todo o dia, sem se sentir mal.

O coordenador do Samu, Elândio Câmara, ressaltou que, na tarde da terça-feira, o atendimento ficou prejudicado, pois várias ambulâncias ficaram paradas nos hospitais com macas retidas. Segundo Câmara, como a mulher passou mal dentro do ônibus e o motorista a deixou no Terminal, eles poderiam ter levado a vítima ao Pronto-Atendimento Municipal (PAM). “Se eles descessem mais duas esquinas já estavam no PAM e a situação poderia ter sido resolvida”, disse.

Em nota à imprensa, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Londrina informou que os funcionários do transporte coletivo são orientados, em casos como esse, a acionarem os serviços de emergência, pois não possuem formação para prestarem atendimento médico, por isso, o sindicato os isentava de qualquer culpa.

Fonte: Jornal de Londrina

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