Márcia Nascimento responde por homicídio triplamente qualificado e deve ter sentença sobre a acusação após os depoimentos de 12 testemunhas. Julgamento pode durar mais de um dia.
Arquivo Familiar
Crime ocorreu em 31 de maio de 2011, no bairro Campo de Santana, quando Louise recebeu dois tiros e teve corpo arremessado do alto de ponte
Mais de dois anos após o assassinato de Louise Sayuri Maeda, começou pouco depois das 9h30 desta terça-feira (6) o julgamento de uma das pessoas acusadas de ter cometido o crime. Márcia Nascimento, denunciada por homicídio triplamente qualificado, senta no banco dos réus em um processo que deve ouvir 12 testemunhas antes do veredito a ser elaborado pelos jurados. Ela é julgada antes dos outros dois acusados pois o processo foi desmembrado em 2011.
O julgamento de Márcia ocorre na 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri, no Centro Cívico, em Curitiba. Entre as pessoas que devem fornecer depoimentos estão familiares da acusada e da vítima que foram incluídos aos autos ao longo do processo. O interrogatório pode durar poucos minutos como também pode se desenrolar por várias horas, dependendo da estratégia de defesa e acusação. Não é descartada a hipótese de que o julgamento dure mais que um dia.
O caso tramita na Justiça desde de agosto de 2011, quando foi aceita a denúncia oferecida pelo Ministério Pública do Paraná (MP-PR) contra três acusados da morte de Louise. Na ocasião, a promotora de Justiça Marilu Schnaider Paraná de Souza considerou que o crime de homicídio foi triplamente qualificado: teve motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e foi cometido para assegurar que outro crime (furto) ficasse impune.
De acordo com o inquérito do caso, o crime foi motivado por vingança e em razão da universitária ter denunciado furtos que vinham ocorrendo no caixa da iogurteria onde trabalhava. O crime ocorreu em 31 de maio de 2011, por volta das 23h57, em uma ponte sobre o Rio Iguaçu, situada na Rua Pellanda, Bairro Campo do Santana, em Curitiba. Louise recebeu dois tiros, e, logo em seguida, seu corpo foi arremessado do alto da ponte.
Segundo as investigações da polícia, no início de maio de 2011, Louise descobriu uma série de irregularidades cometidas por Márcia, entre elas furtos, e sugeriu aos proprietários da empresa que demitissem a funcionária. No dia do crime, Louise e Fabiana Perpétua de Oliveira - outra acusada pelo crime - deixaram juntas o Shopping Mueller, onde fica a iogurteria em que trabalhavam.
Segundo a polícia, Márcia convenceu Fabiana a convidar a vítima para ir a um barzinho. Elas entraram em um Gol, onde Márcia e o outro acusado, Elvis de Souza, as esperavam. Eles seguiram até o bairro Campo de Santana, onde Márcia simulou passar mal. Fora do carro, Louise foi levada a um ponto isolado, onde foi executada, na versão levantada pela polícia.
Relembre o caso
Louise desapareceu em 31 de maio após sair do trabalho. O corpo foi encontrado no dia 17 de junho de 2011 em uma cava do Rio Iguaçu, em Curitiba. Márcia e Fabiana foram detidas na madrugada seguinte à confirmação da morte da universitária. Élvis se entregou à polícia somente no dia 23 de junho, mesma data em que a família fez a cerimônia de despedida e que o corpo de Louise foi cremado. No dia 15 de julho de 2011, uma reconstituição dos fatos foi realizada pela polícia. O procedimento foi realizado com base no depoimento de cada um dos três acusados. No dia 6 de outubro de 2011, o processo foi desmembrado porque a defesa de uma das acusadas pediu um exame de sanidade mental, o que poderia arrastar o trâmite de todo o processo por vários anos.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo
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