Beate Zschäpe é a única sobrevivente do grupo Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU, na sigla em inglês) e é acusada de terrorismo e assassinato múltiplo.
Reuters/Michael Dalder
Beate Zschäpe é vista dentro do tribunal onde ocorrerá o seu julgamento
Entre grandes medidas de segurança e protestos em frente à Audiência Territorial de Munique, a justiça alemã iniciou nesta segunda-feira (6) o julgamento da neonazista Beate Zschäpe, única sobrevivente do grupo Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU, na sigla em inglês) e que é acusada de terrorismo e assassinato múltiplo.
Beate, de 38 anos, chegou à audiência junto com um grande desdobramento midiático, já que na Alemanha a presença da imprensa é autorizada durante os minutos que antecedem o início formal do processo.
Vestida com um traje formal e aparentando serenidade, a acusada olhou brevemente os presentes ao entrar na sala e, depois de conversar com sua defesa, formada por três jovens advogados, voltou a ficar de costa para o público.
Além de Beate, outros quatro suspeitos também deverão ser julgados, todos sob a acusação de cumplicidade com o NSU, a célula neonazista que é apontada como autora do assassinato de nove imigrantes - oito turcos e um grego -, assim como uma agente da Polícia, entre 2000 e 2007.
Horas antes do início do julgamento, grupos de manifestantes de esquerda se reuniram perante a Audiência Territorial de Munique com cartazes para cobrar total esclarecimento do caso e a suposta responsabilidade dos corpos de segurança alemães, dados os múltiplos erros nas investigações.
Essa é a primeira vez que se aplica o termo terrorismo a assassinatos da cometidos pela extrema direita na Alemanha. Beate foi presa de maneira preventiva no dia 8 de novembro de 2011, quando se entregou após ter incendiado a casa onde tinha convivido com os outros dois membros da NSU, Uwe Böhnhard e Uwe Mundlos.
Seus dois companheiros foram encontrados mortos quatro dias antes em uma caminhonete. Os neonazistas foram mortos pela policia depois de terem roubado um banco.
Na casa que aparentava ser a sede do grupo, situada em Zwickau, no leste do país, as autoridades encontraram provas e, inclusive, a arma utilizada para assassinar nove imigrantes em diferentes pontos do país, enquanto a própria Beate divulgou macabros vídeos antes de se entregar.
Os três neonazistas financiavam o grupo com assalto a bancos e, além dos dez assassinatos que Beate é acusada, o grupo cometeu mais dois atentados com bomba em Colônia entre 2001 e 2004, os quais deixaram mais de 20 feridos.
O julgamento iniciado hoje na Alemanha desperta grande atenção da imprensa por que, indiretamente, a eficácia das forças de segurança frente à extrema-direita também está sendo analisada.
Fonte: EFE
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