quarta-feira, 29 de maio de 2013

Após uma hora de paralisação, ônibus voltam a circular em Curitiba.

Paralisação afetou transporte coletivo em toda a cidade. Categoria se manifestou por melhores condições de segurança no trabalho depois que cobrador foi morto durante tentativa de assalto em Colombo.

Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo
Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo / Motoristas e cobradores pararam em protesto por mais segurança no trabalho
Motoristas e cobradores pararam em protesto por mais segurança no trabalho
Após ficarem parados por uma hora, os ônibus do transporte coletivo de Curitiba voltaram a circular normalmente por volta das 10 horas desta quarta-feira (29). A manifestação, promovida por cobradores e motoristas, foi uma reivindicação por mais segurança nos postos de trabalho do transporte coletivo da capital. A ação começou por volta das 9 horas e causou transtornos em toda a cidade, sendo encerrada após discurso de Anderson Teixeira, presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), na Praça Rui Barbosa.
Na estação-tubo da Praça Carlos Gomes, da linha Boqueirão, os manifestantes fecharam a entrada e passageiros não puderam entrar para pegar o ônibus. No Portão, leitores da Gazeta do Povo relataram que a situação foi idêntica.
Já na Praça Rui Barbosa, uma longa fila de biarticulados se formou devido à paralisação. Os ônibus convencionais também ficaram parados, alguns passageiros se aglomeraram próximo aos coletivos e houve uma concentração de cobradores e motoristas no local.
Regina Aparecida Teixeira, dona de casa, veio para o Centro para fazer uma consulta. Ela foi a um laboratório médico e saiu de casa as 6h10, para logo voltar para casa, em para Campo Largo. “Estou com dois filhos pequenos em casa, sozinhos, estou preocupada porque esqueci o celular em casa e não posso avisar minha vizinha para dar uma olhada neles”, disse.
Kelly Cristina Batista, ajudante operacional, mora na Vila Osternak, no bairro Boqueirão, e esperava o ônibus, na Praça Carlos Gomes. Ela trabalhou durante toda a madrugada e aguarda para retornar para casa. “Fui pega de surpresa, não sabia, faz dez minutos que estou aqui e ninguém me disse o que estava acontecendo”, disse.
A estudante Caren de Oliveira estava apreensiva durante a paralisação à espera de um ônibus para o terminal do Hauer, na Praça Carlos Gomes. Ela tem uma entrevista de emprego marcada para as 11 horas. “Saí de casa com antecedência, estou com medo de perder o horário e não conseguir chegar a tempo”, disse.
A balconista Julia Cristina Schonarth, relatou que, quando chegou ao terminal do Carmo, às 9 horas, não encontrou mais ônibus. "Fui esperar o Boqueirão. Já tinha um ônibus parado, então chegou um [ônibus] da linha Circular Sul, desceu todo mundo e ficou parado. Chegaram mais três ônibus em seguida, inclusive um ligeirinho, e todo mundo desceu dos ônibus", contou.
Trânsito
A Secretaria de Trânsito (Setran) informou que os pontos de maior concentração de ônibus parados ocorrem na Praça Eufrásio Correia, Terminal Guadalupe, e, principalmente, na Praça Rui Barbosa. Agentes do órgão estão com motos nas proximidades para evitar o bloqueio de cruzamentos. Conforme a Setran, há lentidão, mas os trânsito de veículos flui nesses locais.
O protesto
Os manifestantes dizem que o sistema também foi afetado também em pontos mais distantes do Centro da capital e também da região metropolitana. Segundo Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc, que organiza o protesto, a adesão da categoria é de 100%.
“A indignação com a falta de segurança é muito grande entre os funcionários. A situação é caótica, a maioria dos trabalhadores concorda que do jeito que está não é possível continuar”, disse ele em entrevista à Gazeta do Povo nesta manhã.
Teixeira disse que os motoristas e cobradores não temem uma possível penalidade por conta da manifestação, feita pelaUrbs, órgão municipal que administra o sistema, às empresas. “Se a Urbs conseguir provar que a categoria tem condições de segurança para trabalhar, que não vai morrer mais ninguém trabalhando vítima de violência, ela pode fazer o que achar que tem direito de fazer. Nós achamos que essa manifestação é um direito nosso”, relatou.
Urbs exige que serviço seja mantido
Na terça-feira, por meio da assessoria de imprensa, a Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), relatou que as empresas que prestam o serviço de transporte coletivo em Curitiba e RMC foram comunicadas de que devem manter a regularidade do sistema, sob risco de serem penalizadas.
A Urbs informou ainda que deve iniciar campanha para aumentar o uso do cartão-transporte, que diminui a circulação de dinheiro no sistema de ônibus e pode ajudar a diminuir o número de assaltos.
Procurada nesta quarta-feira para comentar a paralisação, a assessoria de imprensa do órgão não atendeu aos telefonemas da reportagem.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo

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