Pagar o mínimo da tarifa do cartão de crédito e usar um empréstimo para quitar outro também são indícios de que as finanças estão fora do controle. Veja o que os especialistas têm a dizer sobre o assunto.
Roberto Custódio/JL
Especialistas afirmam que há pelo menos três tipos de “gastadores”. O mais raro é o gastador controlado. Ele sabe exatamente o que, quando e como gasta o próprio dinheiro. Em geral, esse perfil de consumidor tem em mente quanto tem na conta do banco e na carteira, inclusive os centavos. Por causa desse controle, raramente dão um passo maior que a perna.
O segundo tipo de consumidor é o mais comum, o endividado. Aquele que compromete parte do seu orçamento mensal com contas e compras e, às vezes, se perde um pouco. Na maioria dos casos falamos de gastos de investimentos, carro novo, casa própria. Mas ele dá conta de pagar tudo e, em alguns casos, até guarda um dinheirinho.
O terceiro perfil de consumidor é o endividado inadimplente. Aquele que já gastou mais do que podia e não consegue mais honrar todas as prestações. O orçamento mensal não cobre mais as despesas normais e o pagamento das dívidas. Para a coordenadora do Laboratório de Orçamento Familiar da UFPR, Ana Paula Cherobim, os sinais do superendividamento são: passar mais de 15 dias por mês no cheque especial, pagar apenas a parcela mínima do cartão de crédito e fazer, pelo menos, um crédito para pagar outro crédito.
Se esse é o seu caso, cuidado, você está na categoria dos superendividados. O primeiro passo para quem ultrapassou o limite é relacionar todas as dívidas. E na lista deve aparecer tudo: cartões de crédito, empréstimos e até aquele dinheiro que você pediu emprestado para a família. Depois do diagnóstico feito, é preciso desenhar um plano para tentar quitar isso de alguma forma e estipular um prazo para voltar ao azul.
Juros menores
Uma das soluções, segundo a professora da UFPR, seria trocar essa dívida maior por outra com juros mais baratos. Nesse caso uma das opções é o crédito consignado, por exemplo, que costuma ter juros menores. Outra opção seria buscar mais uma fonte de renda, vender algum bem ou ainda arranjar um segundo emprego. Mas a recomendação geral continua a mesma “Gastar menos do que ganha”, lembra a especialista.
“Não tem jeito, ou você aumenta a sua receita ou diminui a despesa. O superendividado tem que entender que o endividamento não é o problema, é consequência. O problema é que ele gasta mais do que ganha. O tratamento é aprender a respeitar a máquina de calcular, porque ela não se engana”, afima o planejador financeiro Augusto Sabóia Sabóia. Para ele, o ideal é não gastar mais do que 70% da renda – e as prestações devem entrar nessa conta. “Porque você tem que guardar 10% para a velhice, 10% de reserva, para a substituição de um item quebrado em casa, caso de doença ou desemprego e 10% para necessidades especiais, faculdades de filho, compra de casa na praia.”
Doença e cura
Saiba se você é um superendividado e o que fazer a respeito:
Sinais
Passa mais de 15 dias, por mês, no cheque especial
Paga apenas a parcela mínima do cartão de crédito
Faz um, ou mais, créditos para pagar outro crédito.
Soluções
Mapear o real tamanho da dívida
Tomar um crédito mais barato para pagar a dívida. Como o crédito consignado
Fazer mais dinheiro com a venda de algum bem ou um emprego extra
Fonte: Jornal Gazeta do Povo
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