segunda-feira, 22 de abril de 2013

Defesa abre canal para ufólogos.

Tema é o mais buscado entre os cidadãos que fazem uso da Lei de Acesso à Informação para pedidos dirigidos à área militar.

Motivado pelo grande número de pedidos sobre arquivos envolvendo óvnis, os objetos voadores não identificados, apresentados com base na Lei de Acesso à Informação, o Ministério da Defesa abriu na última quinta-feira o primeiro canal de comunicação com estudiosos sobre o assunto, chamados ufólogos, em reunião na capital federal. As informações são da Agência Brasil.
“Foi uma reunião super-histórica e inédita, não só no Brasil como em todo o mundo. Nunca um Ministério da Defesa recebeu ufólogos para debater o tema”, disse o editor da revista UFO, Ademar José Gevaerd.
Segundo o coronel da Ae­ro­­­náutica Alexandre Emí­lio Spengler, responsável pelo Serviço de Informações ao Cidadão do Ministério da Defesa, o tema é, disparado, o mais buscado entre os cidadãos que fazem uso da Lei de Acesso à Informação para pedidos dirigidos à área militar, o que acabou dando mais relevância à abertura de diálogo entre governo e estudiosos.
“Até o momento foram 107 pedidos. Só para a Força Aérea foram feitas 65 solicitações. Em segundo lugar, com apenas 27 pedidos, estão as informações sobre remuneração de militares”, informou à Agência Brasil o coronel.
Os ufólogos ficaram otimistas com a recepção. “As autoridades deixaram claro que o ministro [da Defesa] Celso Amorim respeita a ufologia e o trabalho dos ufólogos, e que vão levar adiante a ideia de estabelecer, com a Comissão Brasileira de Ufó­logos, um canal de comunicação para alcançarmos, sem obstáculos ou desvios, as três Forças Armadas, sempre que precisarmos de informações sobre o assunto”, disse Gevaerd.
Os entendimentos iniciados com o governo brasileiro serão divulgados mundialmente pelos estudiosos brasileiros. “Isso será informado a ufólogos de todo o mundo na semana que vem, quando participaremos do Congresso Mundial de Ufologia em Washington. Sem dúvidas, todos os holofotes estarão sobre o Brasil”, acrescentou.
Informação
De acordo com o Mi­nis­tério da Defesa, dos 107 pedidos de informação relacionados a óvnis, 26 foram deferidos e resultaram na entrega de algum tipo de documento ao solicitante. Os demais foram negados. “Todos os [pedidos] negados, até o momento, foram por não termos a informação ou por ela ainda estar sob sigilo”, explicou Spengler. Segundo ele, há a possibilidade de o sigilo estar justificado pelo fato de envolver ‘assuntos relacionados à segurança nacional’”. Alguns deles, classificados como secretos ou ultrassecretos.
O Comando da Aeronáu­tica já entregou os documentos não classificados relativos a óvnis ao Arquivo Na­cional, por determinação de uma portaria. Há, segundo a Defesa, alguns documentos do Exército que não foram entregues porque foram extraviados.
“O Exército já admitiu que parte dos documentos pode ter sido destruída, o que de fato era permitido por um decreto de 1977 [Decreto 79.099], que permitia a destruição de documentos sigilosos, bem como de eventuais termos pedindo a destruição”, informou Spengler. Segundo ele, não há estimativas sobre o número de documentos destruí­dos sob respaldo do decreto.
Operação Prato
Entre os documentos mais solicitados pelos ufólogos, mas ainda sem respos­ta, está o da Operação Prato, ocorrida no município de Colares (PA), na década de 70, em que militares da Aeronáutica fizeram uma operação tendo por base relatos de cidadão da região sobre avistamentos de objetos luminosos. Segundo os ufólogos, durante o episódio, médicos atenderam diversas vítimas de queimaduras causadas pelos óvnis.
A expectativa é que, a par­tir do próximo 1.º de junho e no máximo até a mesma data do ano que vem, após seguir os trâmites legais, as autoridades comecem a divulgar informações sobre casos como este.
Em nota divulgada pelo Ministério da Defesa, o secretário de Coordenação e Organização Institucional do Ministério, Ari Matos, disse que as informações que ainda não se tornaram públicas são exceções, e que a regra geral é “disponibilizar todos os documentos”. Segundo ele, alguns casos ainda têm que obedecer ao prazo legal, “mas isso é uma questão que em breve será solucionada”.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo/FolhaPress

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