Pelo segundo ano seguido, Brasil é o mercado em desenvolvimento com maior potencial para atrair investimento estrangeiro, segundo consultoria.
Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Para a A. T. Kearney, o varejo de eletroeletrônicos está entre os quatro mais promissores
A crise internacional mudou o mapa dos mercados em desenvolvimento com maior potencial para atrair investimentos estrangeiros para o varejo. Países da América Latina e do Oriente Médio aparecem entre os 30 mercados mais atraentes, revela a edição deste ano do ranking feito pela consultoria norte-americana A. T. Kearney. E, pelo segundo ano seguido, o Brasil lidera a lista dos mercados com maior potencial de investimento, seguido, neste ano, pelo Chile, China e Uruguai.
A consultoria avalia 25 variáveis de cada país, reunidas em quatro grupos: atratividade do mercado, risco econômico e político, saturação do mercado e em quanto tempo novos players estarão presentes na região.
No caso do Brasil, os fatores que mais contribuíram para o país ter permanecido no topo foram os indicadores de baixa saturação de mercado e potencial de consumo, diz Esteban Bowles, sócio da consultoria e líder da prática de Varejo e Bens de Consumo na América Latina.
Segundo a pesquisa, o tamanho do mercado varejista brasileiro aumentou 15% no ano passado e os gastos com consumo têm crescido 9% ao ano desde 2007. “O crescimento da nova classe média brasileira continua impulsionando o desenvolvimento do setor varejista”, diz Bowles. Ele acrescenta que o varejo de luxo também ganha força no Brasil e em outros países da América Latina, refletindo o melhoria de poder aquisitivo da população.
Regiões
“A participação da América Latina e dos países do Oriente Médio é forte”, diz Bowles. Ele destaca que, neste ano, sete países no ranking de 30 são latino-americanos. Além do Brasil e do Chile, estão na lista dos latinos Uruguai, Peru, Colômbia, Panamá e México. Emirados Árabes, Omã, Kuwait, Arábia Saudita, Jordânia e Líbano engrossam a relação de países do Oriente Médio.
O executivo explica que esses mercados de consumo ganharam relevância porque a crise nas economias desenvolvidas acabou tendo reflexos nos países do leste europeu, que apresentaram sinais de saturação no consumo.
Tendência
Desaceleração da economia não muda expectativa favorável
Nem mesmo a mudança no cenário macroeconômico brasileiro, com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que cresceu só 0,2% em relação ao trimestre anterior, muda a expectativa favorável para o varejo brasileiro nos próximos quatro ou cinco anos, diz Esteban Bowles, da A. T. Kearney.
Ele ressalta que o governo brasileiro tem uma política voltada para impulsionar o consumo e a demanda por meio do aumento do crédito e redução de juros. “Pode ter um ou outro ano não muito favorável, mas a tendência é positiva”, afirma o sócio da consultoria. Como exemplo de otimismo, ele destaca o fato de que, somente neste ano, serão inaugurados 40 shopping centers no país, com mais de 1 milhão de metros quadrados de área de vendas.
A pesquisa aponta quatro setores que estão entre os mais promissores no varejo brasileiro aos olhos dos estrangeiros: eletroeletrônico, moda, beleza e móveis. Para Bowles, o setor de supermercados continua sendo o mais importante do varejo nacional, mas não vai atrair nos próximos anos novos investimentos estrangeiros. O motivo é que redes internacionais já estabelecidas aqui, depois de irem às compras nos últimos anos, estão na fase de arrumar a casa e não devem fazer novas aquisições.
Fonte: Agência Estado
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