segunda-feira, 11 de junho de 2012

Começa o combate eleitoral em Curitiba.

Ilustrações: Gilberto Yamamoto
Ilustrações: Gilberto Yamamoto /


O vale-tudo começou. Desde ontem, está liberada a realização das convenções partidárias para a definição de candidaturas e alianças que irão disputar as prefeituras e câmaras de vereadores de todo o país em outubro. Além da consolidação desse cenário até o dia 30 deste mês, as legendas já estão armando suas estratégias de combate – sobretudo a partir de agora, em que estão se definindo quem serão os oponentes.
Na disputa eleitoral dos 399 municípios paranaenses, que envolve 7,6 milhões de eleitores, a luta principal se dará em Curitiba. Isso porque vencer ou perder a disputa na capital será determinante para o combate de 2014, que definirá o chefe do Executivo estadual para os quatro anos seguintes.
Do lado do atual governador, Beto Richa (PSDB), tenta a reeleição o atual prefeito Luciano Ducci (PSB), que terá a seu favor as máquinas do estado e da prefeitura. No entanto, seu principal oponente, o ex-deputado federal Gustavo Fruet (PDT), contará com todo o apoio do PT nacional.
Correndo por fora, está o deputado federal Ratinho Jr. (PSC), que tem cacife financeiro e bastante popularidade. Já no PMDB, maior partido do Paraná, o ex-deputado estadual Rafael Greca ainda luta para conseguir apoio dentro da legenda e se lançar candidato. A reportagem de Euclides Lucas Garcia.

Veja os diferenciais de cada candidato.



 Luciano Ducci (PSB)
Atual prefeito de Curitiba, Ducci herdou, como vice, a administração de Beto Richa (PSDB) quando ele renunciou para se candidatar ao governo do Paraná, em abril de 2010. Agora, tem como principal trunfo justamente o apoio do tucano para garantir que o mesmo grupo que comanda a capital há 24 anos continue no poder. Joga a favor de Ducci o fato de ter nas mãos as máquinas do estado e da prefeitura, que trabalharão diretamente por sua vitória. Por outro lado, o desempenho dele numa disputa majoritária é uma completa incógnita. Até hoje, Ducci foi eleito deputado estadual e vice-prefeito duas vezes, mas é impossível saber como ele se portará no octógono quando tiver de enfrentar o oponente frente a frente. Além disso, não há como prever se Richa conseguirá transferir a quantidade de votos necessária para eleger o pupilo.
Ficha técnica
• Nome: Luciano Ducci, 57 anos
• Equipe: PSB
• Sansei: Beto Richa
• Cartel: 3 vitórias
• Tempo de TV: 10 minutos
• Especialista em: Saúde Pública
• Pontos fortes: máquinas do estado e da prefeitura, apoio de Richa, Mãe Curitibana.
• Pontos fracos: falta de carisma, insatisfação dos servidores, fantasma de Derosso.




Rafael Greca (PMDB)
Servidor concursado do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Greca já foi vereador, prefeito, deputado estadual e federal e ministro de Estado. O extenso currículo na vida pública garante a ele alto de nível de discussões nos debates eleitorais que virão pela frente, sobretudo em relação aos gargalos municipais de infraestrutura e urbanismo. Essas credenciais, no entanto, são consideradas insuficientes para dar viabilidade eleitoral a Greca na visão de seus colegas de partido. A análise se baseia no fato de o peemedebista ter perdido as duas últimas eleições que disputou para deputado estadual. O grande trunfo de Greca para sair candidato é o apoio do senador Roberto Requião, que geralmente dá a última palavra nas decisões internas do PMDB e é seguido pelos correligionários.
Ficha técnica
• Nome: Rafael Greca, 56 anos
• Equipe: PMDB
• Sansei: Roberto Requião
• Cartel: 5 vitórias e 2 derrotas
• Tempo de TV: 4 minutos
• Especialista em: Urbanismo
• Pontos fortes: capacidade de comunicação, identidade com Curitiba, experiência como prefeito.
• Pontos fracos: desgaste eleitoral, resistência do partido, histórico político conturbado.





Ratinho Jr. (PSC)
Filho do apresentador Carlos Massa, Ratinho Jr. foi eleito deputado estadual logo aos 21 anos, em grande parte pela popularidade do pai. Na sequência, conseguiu dois mandatos de deputado federal, com as maiores votações do estado. Com essa ascensão meteórica, transformou o PSC de um nanico a um partido médio no Paraná. O parlamentar foi sondado por Ducci e Fruet para desistir da candidatura em troca de vantagens políticas. Na análise dos dois grupos, a saída dele restringiria a disputa a apenas um assalto, evitando um desgastante segundo turno. Ratinho, porém, afirma que sua candidatura não tem volta e garante que vai para a disputa como desafiante, sem nada a perder. Caindo no primeiro turno, terá o passe valorizado, porque seu apoio será decisivo para eleger o novo prefeito. Indo para o segundo, obrigatoriamente terá o apoio do oponente derrotado.
Ficha técnica
• Nome: Ratinho Jr., 31 anos
• Equipe: PSC
• Sansei: Carlos Massa (pai)
• Cartel: 3 vitórias
• Tempo de TV: 4 minutos
• Especialista em: Comunicação Social
• Pontos fortes: juventude, cacife financeiro, popularidade nas classes baixas.
• Pontos fracos: inexperiência, preconceito da classe média, sombra do pai.





Gustavo Fruet (PDT)
Vereador de Curitiba por dois anos e deputado federal por três mandatos, Fruet sempre foi considerado um dos melhores e mais influentes parlamentares do Congresso Nacional. Apesar de ser filho do ex-prefeito e ex-deputado Maurício Fruet, foge ao estereótipo tradicional dos políticos do país e tem um perfil mais técnico. É justamente essa característica de Fruet que tem lhe causado dissabores no mundo político. Conciliador e avesso a conflitos, o hoje pedetista deixou o PMDB e, mais recentemente, o PSDB por não se impor e, assim, não conseguir emplacar seu nome como candidato a prefeito. O principal golpe aplicado pelos oponentes será questioná-lo sobre a incoerência de hoje estar no PDT e ser um aliado do PT, a quem tanto criticou enquanto esteve no ninho tucano. Além disso, Fruet nunca disputou uma eleição para o Executivo, e na disputa pelo Senado, em 2010, perdeu.
Ficha técnica
• Nome: Gustavo Fruet, 49 anos
• Equipe: PDT
• Sansei: Paulo Bernardo
• Cartel: 4 vitórias e 1 derrota
• Tempo de TV: 6 minutos
• Especialista em: Direito Público
• Pontos fortes: histórico parlamentar, apoio da classe média, herança política positiva.
• Pontos fracos: incoerência PT-PSDB, falta de ousadia, discurso muito técnico.


Fonte: Jornal Gazeta do Povo

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