Proposta é transformar o BPTran em um departamento da Polícia Militar. Junção reduziria gastos, mas diminuiria o foco dos policiais.
Marco André Lima/Arquivo/ Gazeta do Povo
Curitiba é a única cidade do Paraná que apresenta um batalhão específico de trânsito
A PM não fornece mais detalhes nem prazos e revela que neste momento está sendo estudada a viabilidade técnica da proposta. Para especialistas, a ideia é interpretada como uma junção de atividades e uma possível diminuição na especialização e no foco dos policiais.
O presidente da Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares (Amai), coronel Eliseu Furquim, é contra a retirada de uma unidade especializada e explica que boa parte da experiência acumulada acaba desaparecendo no fracionamento. “Não vai ter uma uniformidade de tratamento e uma doutrina única, que poderiam trazer melhores resultados”, avalia. Segundo ele, a medida funciona no interior porque as cidades e os efetivos são menores.
Para o professor de Direito Administrativo Rodrigo Pironti, a especialização do agente público é uma característica que deve ser considerada. “Policiais especializados apresentam melhor preparação para atender as suas funções”.
Eduardo Ratton, professor titular de transporte da Universidade Federal do Paraná, considera válida a mudança no policiamento de trânsito desde que exista formação e treinamento dos profissionais que passariam a atuar nos batalhões de áreas, voltados à conscientização dos motoristas.
Já para o professor universitário Denis Alcides Rezende, pós-doutor em Administração Municipal, uma possível reestruturação é um avanço caso permita ao policial exercer várias atividades. “Hoje a polícia é fracionada em atividades e tem orçamentos fracionados”, diz. Ele defende o planejamento integrado das atividades, treinamento dos policiais e uma remuneração adequada.
A assessoria de imprensa da polícia informa que, para trabalhar na área, é preciso haver uma especialização, mas que não debaterá nesse momento as opiniões. Com relação à qualificação dos agentes, a assessoria explica que o trânsito é tema de uma disciplina nos cursos de formação de policiais militares. Aos que atuam no BPTran são oferecidos ainda cursos de atualização de 15 dias, incluindo teoria e estágios dentro do batalhão.
Custos
Com relação aos aspectos financeiros, uma possível junção de órgãos resultaria em diminuição de gastos, aponta o doutor em Economia José Guilherme Vieira. “Vão diminuir os custos, mas não posso dizer se a medida vai ter consequências boas ou ruins”, diz. O ex-secretário estadual de Segurança Pública Luiz Fernando Delazari afirma também não ter ideia da dimensão da possível mudança. “Acho que é uma questão de readequação funcional.”
Fonte: Jornal Gazeta do Povo
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