Vencedores serão determinados pelo maior valor pago em conjunto ao governo pelas concessões de Guarulhos, Viracopos e Brasília.
Filipe Araújo / AE
Aeroporto de Guarulhos é o mais cobiçado entre os três que serão licitados hoje
Os 11 consórcios que vão disputar o leilão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos (em Campinas, no interior de São Paulo) e Brasília, hoje, na BM&FBovespa, terão um desafio extra na disputa pela concessão dos terminais: o sistema do leilão. Trata-se de um modelo inédito no país, em que os três aeroportos serão leiloados simultaneamente e os lances vencedores serão determinados pelo critério do “maior valor global de contribuição fixa”, muito diferente dos leilões tradicionais de privatização, de estradas ou de estatais, em que a menor tarifa ou o maior preço fazia o vencedor. No pregão de hoje, vencerão os lances para os três aeroportos que, combinados, resultarem no maior valor a ser pago ao governo.
Como pelas regras do edital de licitação um mesmo grupo não poderá arrematar mais de um aeroporto, se um consórcio estiver com os maiores lances em dois deles, um será descartado, e o segundo colocado na disputa por aquele terminal poderá sair vencedor. É possível até que o terceiro colocado entre os lances para um determinado terminal vença o leilão, desde que os contendores à sua frente, por exemplo, tenham as ofertas vencedoras para os outros dois aeroportos. Os lances mínimos fixados para os três aeroportos somam R$ 5,47 bilhões.
Depois de abertos os envelopes com as ofertas iniciais, seguirão na disputa em viva-voz os autores dos três melhores lances para cada aeroporto, assim como os consórcios cujas ofertas sejam até 10% menores que o maior lance. A partir daí, a disputa será um verdadeiro jogo de xadrez para os consórcios. Tanto que cada participante da disputa poderá ter no pregão dois representantes, além do corretor. Ao mesmo tempo, outros três executivos de cada grupo ficarão numa outra área, uma espécie de back office, para fazer as contas. Um terceiro nicho ainda será reservado a advogados e executivos. São esperadas mais de 300 pessoas no pregão da Bolsa.
A expectativa é de que os grandes grupos, como Odebrecht, CCR e Queiroz Galvão, entrem na disputa dos três aeroportos. As estratégias durante o pregão terão de ser definidas meio que no escuro, uma vez que, para estimular ainda mais a competição, os grupos por trás de cada consórcio somente serão divulgados pela Bovespa depois de encerrado o leilão. “As corretoras já montaram seus modelos, suas planilhas de controle para saber quando poderão avançar nas ofertas ou desistir”, diz Eduardo Padilha, da Planos, empresa de projetos.
Para André Demarco, o leiloeiro da Bolsa, mais que a complexidade do leilão, o grande desafio aos competidores será a dinâmica diferente. “Dada a complexidade do sistema, esse é um leilão que tende a ser muito longo”, afirmou Demarco duas semanas atrás. Caso seis ou sete participantes se habilitassem para a disputa, sua estimativa era de cinco a seis horas de leilão. Com 11 grupos, os executivos dos consórcios terão uma maratona pela frente.
Fonte: Agência O Globo
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