quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Em dificuldade, PSA Peugeot Citroen busca aliança com GM.

Sindicatos se preocupam com o "risco social" decorrente da possível aliança de capital e pedem garantias para os empregados.

O fabricante de automóveis francês PSA Peugeot Citroen, em dificuldades, iniciou negociações com o gigante americano General Motors, o que originou uma espetacular alta de suas ações na Bolsa de Paris.
O ministro francês do Trabalho, Xavier Bertrand, disse nesta quarta-feira que o presidente da PSA Peugeot Citroen o informou na véspera da existência de "negociações para uma associação estratégica". Contudo, interrogado pela rádio Europe 1, ele se recusou a dizer de que forma poderia adotar essa associação.
O Estado francês não é acionário do grupo. O PSA, maior fabricante francês e segundo da Europa, depois do alemão Volkswagen, não quis comentar a notícia.
Segundo o site do jornal La Tribune, "as negociações entre os dois grupos iniciadas há vários meses entraram na fase final" e poderão ser oficializadas no salão do automóvel, que acontece em Genebra no início de março.
Para o Financial Times, as negociações atuais se concentram em uma cooperação entre o francês e o braço europeu da GM Opel/Vauxhall, para desenvolver conjuntamente motores, sistemas de transmissão e veículos que seriam vendidos sob suas respectivas marcas.
Estão sendo cogitadas também, segundo fontes citadas pelo FT, trocas de ações.
Este grupo, que conservou uma estrutura familiar, confirmou na madrugada de quarta-feira que está negociando com outro fabricante, mas sem dar nomes.
"Em meio a sua estratégia de globalização e melhora de seus resultados, o PSA Peugeot Citroen examina projetos de cooperação e alianças", limitou-se a dizer o comunicado do grupo. "Atualmente há muitas negociações, mas nenhuma certeza de negócio", disse.
Com os rumores, as ações do grupo dispararam na Bolsa de Paris, em alta de 12,89% às 15H30 GMT (13H30 de Brasília), a 16,25 euros, em um mercado que perdia 0,43%.
Os sindicatos, por sua vez, se preocupam com o "risco social" decorrente da possível aliança de capital e pedem garantias para os empregados.
A General Motors, por sua vez, se recusou a confirmar a existência de negociações com o francês: "A GM negocia regularmente com outros (fabricantes) do setor e não tem nada a dizer sobre esta informação de concreto", disse à AFP um porta-voz.
O grupo americano busca uma solução para suas atividades europeias, deficitárias. Sua direção começa a negociar com os sindicatos na Europa para reduzir os custos.
O PSA, por sua vez, anunciou em janeiro que está disposto a realizar negócio, mas com o fabricante italo-americano Fiat-Chrysler, segundo informou a imprensa italiana.
As vendas do grupo francês se recuaram no ano passado em 1,5%, a 3,5 milhões de unidades e seu lucro líquido caiu pela metade, a 588 milhões de euros.
Com isso, o grupo teve que apertar o cinto e propor alguns projetos não estratégicos, como sedes na Índia.
O grupo francês já coopera com vários de seus competidores: o alemão BMW para os motores de gasolina, o italiano Fiat e o turco Tofas, o americano Ford para os motores a diesel, o japonês Mitsubishi para os SUV e os veículos elétricos, o também japonês Toyota para os carros pequenos e o francês Renault para os motores e peças mecânicas.
Fonte: AFP

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