sábado, 31 de dezembro de 2011

Cinco empresas do Paraná entram em lista de uso de trabalho escravo.

Levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego foi atualizado e tem 16 paranaenses entre 294 estabelecimentos.

Mais cinco empresas do Paraná entraram neste mês na lista do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que aponta uso de trabalho escravo. O levantamento foi atualizado nesta sexta-feira (30) e deixou o estado com 16 empresas ou pessoas físicas que desrespeitaram as condições mínimas de trabalho.

Ao todo, 52 nomes foram incluídos na chamada "lista suja", que tem agora 294 estabelecimentos, em todo o país, flagrados com pessoas trabalhando em situações indignas.
Segundo o documento, disponível na página do MTE na internet, os fiscais do ministério flagraram trabalho escravo em nove cidades do estado desde 2004: Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Doutor Ulisses, General Carneiro, Irati, Palmas, Rio Branco do Sul, São João do Triunfo e União da Vitória.
De acordo o MTE, os nomes só são publicados nesta lista depois de terminar todos os recursos administrativos.
Um empregador flagrado em operações de combate ao trabalho escravo tem seu nome incluído na lista depois que responde a um processo administrativo dos fiscais do governo. Se comprovar que regularizou a situação de seus trabalhadores, é retirado do cadastro. Caso contrário, continua listado por pelo menos dois anos.
Se estiver na lista, uma empresa ou pessoa física não pode mais receber financiamentos de bancos federais - como o Banco do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES) e a Caixa Econômica Federal - ou crédito rural de instituições privadas.
Empresas do Paraná incluídas na lista neste mês
- Campina Grande do Sul: Agro Pastoril Novo Horizonte (CNJP 78.231.701/0009-86)
- General Carneiro: Miguel Forte Industrial (CNPJ 81.645.525/0005-00)
- Palmas: Estrela Agroflorestal (CNPJ 79.441.168/0001-92)
- São João do Triunfo: Luiz Geraldo Ferreira (CNPJ 80.031.263/0001-97)
- São João do Triunfo: Olegário Germano Ullmann (CNPJ 73.282.154/0001-05)
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Empresas do Paraná que já constavam na lista
- Bocaiúva do Sul: Realsul Reflorestamento (CNPJ 77.585.701/0001-64)
- Doutor Ulisses: Samuel Jorge (CNPJ 72.086.382/0001-29)
- Doutor Ulisses: Vieira Cardoso Embalagens (CNPJ 10.519.491/0001-35)
- Doutor Ulisses: Ari Fogaça da Silva Sengés (CNPJ 07.918.470/0001-88)
- Irati: Agostinho Zarpellon e Filhos (CNPJ 78.141.843/0001-03)
- Irati: Renato Pedro Ferreira (CNPJ 028.003.949-27)
- Palmas : Madepar (CNPJ 47.614.177/0003-03)
- Palmas : Wilson Dissenha (CNPJ 008.783.838-91)
- Rio Branco do Sul: José Agnelo Crozetta (CNPJ 05.598.434/0001-59)
- São João do Triunfo: Joel Lucas Malanski (CNPJ 816.365.479-15)
- União da Vitória: Nutrivale Madeiras e Erva-Mate (CNPJ 75.144.139/0001-08)
Caso Zara
A marca Zara, que protagonizou o flagrante de trabalho escravo de maior repercussão este ano, não está no cadastro. Em agosto, a empresa foi denunciada pelo Ministério do Trabalho por uso de mão de obra escrava em oficinas de costura "quarteirizadas".
Em duas casas na periferia de São Paulo, 16 bolivianos recebiam R$ 2 por peça produzida, em um ambiente insalubre e sem condições mínimas de trabalho, segundo um relatório produzido pelos auditores. As oficinas eram contratadas por uma empresa intermediária da Zara no País, mas a multinacional foi responsabilizada pelas irregularidades.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo/Agência Estado


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