Pela primeira vez em cinco anos, o preço médio dos apartamentos novos caiu em Curitiba. Desvalorização foi de 0,88% – índice que é considerado “estabilidade” pelos empresários.
A indústria paranaense da construção civil espera para o ano que vem uma valorização moderada dos seus lançamentos. Segundo o presidente do sindicato do setor (Sinduscon), Normando Baú, os últimos três anos foram uma exceção na história, um ponto fora da curva. “Fazer um lançamento pensando em esgotar as vendas em um fim de semana é algo absurdo e não vai se repetir”, diz.
O ano corrente apresenta a primeira redução no preço médio dos imóveis residenciais em Curitiba desde 2005. O preço médio do metro quadrado em prédios de apartamentos (considerando a área total das unidades) caiu de R$ 3.058,34 para R$ 3.031,24. A redução, de 0,88%, não é levada em conta por Baú. “Podemos considerar que o preço permaneceu estável”, observa.
O ano corrente apresenta a primeira redução no preço médio dos imóveis residenciais em Curitiba desde 2005. O preço médio do metro quadrado em prédios de apartamentos (considerando a área total das unidades) caiu de R$ 3.058,34 para R$ 3.031,24. A redução, de 0,88%, não é levada em conta por Baú. “Podemos considerar que o preço permaneceu estável”, observa.
Por todos os outros indicadores, o ano está sendo excepcional para o setor. Estima-se que o Valor Agregado Bruto (VAB, indicador que equivale ao PIB da construção civil) cresça 4,8% em 2011. Em Curitiba, o nível de emprego formal no segmento cresceu 12% – acima da média nacional, que deve ficar em 8%. Construtoras e incorporadoras hoje empregam 73,9 mil pessoas na capital, um número que pode dobrar se forem levados em conta os trabalhadores informais. Já o lançamento de novas unidades verticais deve fechar 2011 com crescimento de 40%. O número de unidades concluídas (verticais e horizontais) deve ficar em 13,5 mil na capital, 24% mais do que no ano passado.
Preços e salários
Para 2012, a tendências é de acomodação. “Nosso mercado está tendendo a ficar ofertado”, afirma Baú. Com isso ele quer dizer que a oferta e demanda estão perto de um equilíbrio, que teria a virtude de tornar as variações menos intensas que nos últimos anos.
Esse equilíbrio devolveria ao consumidor o poder de escolher com calma, sem a pressão de escolher rápido, antes que as unidades do empreendimento se esgotem. “As pessoas não fazem mais as compras por impulso. Elas vão ao plantão duas, três, quatro vezes antes de decidir o que vão comprar.”
Segundo o Sinduscon, o aumento de custos ainda vai pressionar as construtoras para elevar os preços. Um dos principais custos é o da mão de obra – o salário dos operários aumentou 123% nos últimos oito anos. Para prevenir a falta de pessoal, as empresas do segmento têm trabalhado na formação de novos contingentes. “A construção civil não é mais aquele trabalho de colocar um tijolinho em cima do outro. Temos mais tecnologia nas obras e precisamos de um trabalhador capaz de lidar com isso”, diz Normando Baú, do Sinduscon.
No passado, diversas construtoras “importaram” trabalhadores do Nordeste do país, uma prática que está acabando. “O Nordeste é a região do país onde o mercado imobiliário está mais aquecido em termos de lançamentos”, explica Marcos Kahtalian, sócio consultor da Brain Bureau de Inteligência Corporativa. “Por isso, muitos deles estão voltando para casa.”
Na próxima semana o Sinduscon realizará a formatura de duas turmas que foram treinadas para assumir postos de trabalho na área. Uma delas é formada por recrutas do Exército, numa parceria com as Forças Armadas. Quando terminar seu período de serviço militar, os jovens estarão preparados para trabalhar como operários da construção civil. A outra inclui 200 homens que cumprem pena com complexo penitenciário de Piraquara.
Inclusão
Operário já pode comprar imóvel
A média salarial dos trabalhadores da construção civil mais do que dobrou nos últimos oito anos. Em 2003, o operário recebia por volta de R$ 615 ao mês. Em outubro, de acordo com o IBGE, esse valor havia subido para R$ 1.369,70 – uma elevação da ordem de 123%. Dois fatores explicam aumento tão pronunciado: a demanda das empresas por mão de obra e a busca por qualificação. Uma das consequências é o fato de que o trabalhador hoje pode ter acesso ao produto de seu esforço. “Com esse nível de renda ele se qualifica para comprar imóveis do Minha Casa, Minha Vida”, observa Normando Baú, do Sinduscon. O programa tem duas faixas: a primeira para famílias de renda inferior a R$ 1.395; a segunda, para quem ganha até 10 salários mínimos (R$ 5.450,00).
Contexto
No país, preços estão desacelerando
A subida do preço dos imóveis perdeu fôlego em novembro e registrou a menor elevação nos últimos 15 meses, de acordo com pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) baseada em dados do site Zap Imóveis. O levantamento divulgado na segunda-feira mostra que o valor médio do metro quadrado nas sete regiões metropolitanas pesquisadas pela entidade (a pesquisa não inclui Curitiba) subiu 1,4% em novembro, resultado inferior ao aumento de 1,6% de outubro e bem abaixo do pico de 2,7% registrado em abril.
A alta menor foi verificada em todas as sete regiões pesquisadas e é reflexo da desaceleração da economia brasileira e do maior cuidado dos consumidores, segundo avaliou Eduardo Zylberstajn, coordenador do índice Fipezap. “O cenário de incerteza aumentou, e as pessoas estão ficando mais cautelosas”, disse, citando como exemplo a queda no ritmo da criação de empregos e a pressão inflacionária sobre os salários. Ainda assim, afirmou Zylberstajn, a alta no preço dos imóveis é expressiva.
Entre os meses de janeiro e novembro de 2011, o preço médio do metro quadrado subiu 25,0%, enquanto nos últimos 12 meses encerrados em novembro a elevação foi de 27,6%. O Distrito Federal continua com o metro quadrado mais caro do país (média de R$ 7.936), seguido por Rio de Janeiro (R$ 7.341), São Paulo (R$ 5.984), Belo Horizonte (R$ 4.584), Recife (R$ 4.559), Fortaleza (R$ 4.253) e Salvador (R$ 3.514). Em São Paulo, a alta mensal de 1,7% foi a menor desde julho de 2010. A região do Ibirapuera e Vila Nova Conceição manteve o posto de mais cara, com o valor médio do metro quadrado de R$ 9.354 . Em seguida aparecem Jardim Paulistano (R$ 9.182) e a Chácara Itaim (R$ 8.031). O Rio e o Recife tiveram as maiores altas nos últimos 12 meses, com acréscimo de 37% e 29%, respectivamente.
Na capital fluminense, o valor médio do metro quadrado no Leblon, bairro mais caro da cidade, ultrapassou os R$ 17 mil pela primeira vez. Esse valor deixa para trás outros bairros nobres, como Ipanema (R$ 15 mil), e é 17 vezes maior que o bairro mais pobre, Coelho Neto, onde o preço do metro quadrado não chega a R$ 1 mil. Para o ano que vem, a tendência de desaceleração no preço dos imóveis deve se manter durante o primeiro semestre, enquanto o cenário de incerteza persistir, afirmou Zylberstajn. “Minha leitura é que está ocorrendo uma acomodação, com preços mais previsíveis e menos sujeitos a grandes variações, como a ocorrida em 2010”.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo
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