sexta-feira, 18 de novembro de 2011

MEC “reprova” 37% das instituições.

Faculdades, centros universitários e universidades com desempenho insatisfatório no sistema oficial de avaliação serão supervisionadas.

                                                                                                     Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
               Aniele Nascimento/Gazeta do Povo / Notas ruins  no Enade fizeram Escola de Música e Belas Artes do Paraná  ficar com conceito 1, o mais baixo da escala
                    Notas ruins no Enade fizeram Escola de Música e Belas Artes do Paraná ficar com conceito 1,
                    o mais baixo da escala


Das 1.826 instituições de ensino superior avaliadas em 2010 pelo Ministério da Educação (MEC), 37% tiveram notas 1 ou 2 no Índice Geral de Cursos (IGC), desempenho considerado insatisfatório. Do total de faculdades, universidades e centros universitários mal avaliados, 31 estão no Paraná..

Divulgado ontem pelo Ministério da Educação (MEC), o IGC é construído a partir da avaliação dos cursos de graduação e pós-graduação oferecidos por uma instituição, e varia de 1 a 5. Notas 1 e 2 são consideradas ruins, enquanto o conceito 3 é considerado satisfatório e desempenhos 4 e 5, bons.


Segundo informações da Agência Brasil, apenas 8% das instituições avaliadas podem ser consideradas de boa qualidade. São 158 os estabelecimentos de ensino públicos e privados que obtiveram conceito 4 ou 5 no IGC. Dessas, 77 são privadas e 81, públicas. A maioria (53%) das instituições obteve IGC 3.


Entre os estabelecimentos de ensino com IGC 1 e 2, 640 são privados e 43, públicos. Algumas dessas instituições deverão passar por um processo de supervisão, comandado pelo MEC, para melhorar a qualidade dos cursos. Há ainda 350 escolas que ficaram sem conceito porque foram criadas recentemente e ainda não têm número suficiente de alunos concluintes para participar do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), um dos critérios que compõem o IGC.

Das 27 instituições com Índice Geral de Cursos 5, 25 estão no Sudeste e duas no Nordeste. As outras regiões não têm nenhuma escola com conceito máximo. Os três primeiros lugares do IGC 2010 ficaram com instituições particulares: a Escola Brasileira de Economia e Finanças (Ebef) da Fundação Getulio Vargas (FGV), do Rio de Janeiro (RJ); a Faculdade de Administração de Empresas (Facamp), de Campinas (SP); e a Escola de Economia de São Paulo (Eesp).

Entre as instituições públicas de ensino superior, o melhor resultado foi o da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que aparece em quarto lugar. O Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA) completa a lista das cinco melhores do país, segundo o IGC 2010.

De acordo com o MEC, serão impedidas de funcionar ou sofrerão intervenção apenas as instituições de ensino com pontuação baixa durante três anos seguidos. Isso porque diversos fatores alheios à qualidade do curso podem alterar o IGC. As instituições terão suas vagas congeladas e, no caso dos centros universitários e das universidades, perderão o direito de criar cursos e aumentar a oferta sem autorização prévia do ministério.

Paraná
Das instituições do Paraná, 30 obtiveram nota 2. A Escola de Música de Belas Artes do Paraná (Embap) ficou com IGC 1. Segundo a instituição, o desempenho ruim é explicado pelo boicote feito pelos alunos ao Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) em 2009. Como em 2010 os cursos da faculdade não foram incluídos na lista de graduações avaliadas pelo exame, a Embap permaneceu com conceito baixo no ranking deste ano. A instituição espera uma pontuação melhor em 2012, já que os alunos participaram do exame em 2011.

Relação
Boicote ao Enade interfere nas notas
O incidente relacionado à Embap mostra como os números divulgados pelo MEC dependem muito da disposição dos alunos em fazer o Enade. “Como o estudante tem apenas a obrigação de comparecer à prova, muitos a fazem sem compromisso”, avalia Carlos Alberto Dallabona, chefe da Secretaria de Bacharelado e Licenciaturas do câmpus Curitiba da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Para Carmen Silva, pró-reitora acadêmica da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), a nota da prova poderia ser incluída no histórico dos formandos.

Valmir França, coordenador de políticas de avaliação e institucionais de ensino da Pró-Reitoria de Graduação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), lembra, no entanto, que o Enade é apenas um dos elementos que compõem a avaliação dos cursos. “O MEC sabe que existem problemas com os alunos e, quando a nota é baixa, envia avaliadores externos para ver se a culpa é dos alunos ou se a qualidade do curso é ruim mesmo. Só são suspensas as faculdades com má qualidade”, garante.
Governo cortará 50 mil vagas
O ministro da Educação, Fernando Haddad, também anunciou ontem o corte de 50 mil vagas em cursos superiores que tiveram resultados insatisfatórios no sistema nacional de avaliação. O fechamento de vagas será nas áreas de ciências médicas, administração e ciências contábeis.
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Fonte: Jornal Gazeta do Povo

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