sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Brasil Foods vê investimento de R$2 bi para dobrar faturamento.

Segundo Saboya, os investimentos podem estar relacionados a operações de processamento, compras de marcas e distribuição, dependendo das condições do mercado.

A Brasil Foods prevê que serão necessários 2 bilhões de reais em investimentos para a companhia atingir o faturamento previsto em 2015 de 50 bilhões de reais, disse nesta sexta-feira o diretor financeiro da empresa, Leopoldo Saboya.

A meta de faturamento, que dobraria o volume atual da companhia, consta no plano estratégico de longo prazo (BRF 15) aprovado pela companhia e divulgado na quinta-feira, juntamente com os resultados trimestrais.

Durante conferência com analistas para comentar os resultados, Saboya não quis entrar em detalhes sobre como os investimentos serão realizados, dizendo apenas que o valor "deste capex não considera crescimento inorgânico e gasto com matrizes (de aves e suínos)".

Na quinta-feira, a BRF anunciou lucro líquido de 365 milhões de reais no terceiro trimestre, aumento de 73 por cento sobre o registrado no mesmo período do ano passado.

EXPANSÃO
O executivo ressaltou que a estratégia no mercado externo passa por novos modelos de negócios fora do Brasil, que serão feitos através de projetos "greenfields ou aquisições seletivas", ou seja, da compra de ativos e operações ligadas à atividade da companhia.

Segundo Saboya, os investimentos podem estar relacionados a operações de processamento, compras de marcas e distribuição, dependendo das condições do mercado.

A compra anunciada no começo de outubro de duas empresas na Argentina -- Avex e Grupo Dánica -- foi considerado um passo inicial desta estratégia, que inclui a produção fora do Brasil.

"A Argentina tem grande capacidade de se tornar um jogador importante neste jogo que o Brasil já tem um papel relevante", disse José Antonio do Prado Fay, presidente da BRF, que também participou do encontro com analistas.

Ele acrescentou que as primeiras reuniões com as duas companhias argentinas começam na próxima semana. A partir destes encontros com a unidade que a companhia já tem naquele país, será criada a BRF Argentina.

A América Latina é vista como um importante ponto de partida para esta expansão. Segundo os executivos, a partir das aquisições, a meta é expandir a produção nos países latinos e, posteriormente, transformar a região em plataforma de exportação.

Segundo Fay, o mercado externo representa 40 por cento das vendas totais da BRF. Para 2015, esta proporção deve atingir 50 por cento, com produção localizada principalmente no Brasil. Com os planos de expandir operações, a produção destinada a exportação fora do Brasil poderá chegar a 15 por cento até 2015.

Além das empresas argentinas, a BRF está construindo uma fábrica em Abu Dhabi, para atender o Oriente Médio. Também formou joint venture com a chinesa DCH para distribuição, processamento e, numa terceira etapa, produção local.

Em relatório ao mercado, o JP Morgan destacou que a companhia conseguiu utilizar o incremento nos preços domésticos para compensar o custo mais alto da matéria-prima e "entregar um crescimento de 17 por cento de Ebitda" em relação ao mesmo trimestre do ano passado, para 723 milhões de reais.

A margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortização), subiu para 11,5 por cento no terceiro trimestre, contra 10,8 por cento em igual período do ano passado.
Por volta das 12h45 (horário de Brasília), as ações da companhia subiam 2,29 por cento, para 35,80 reais, enquanto a Bovespa tinha alta de 0,47 por cento.

Fonte: Jornal Gazeta do Povo/Reuters

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