quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Greve já suspende serviços de entrega rápida dos Correios.

De acordo com o sindicato da categoria, paralisação deve afetar 1 milhão de paranaenses. Funcionários rejeitaram na terça-feira (13) a proposta apresentada pela empresa.

                                                                           Albari Rosa / Agência de Notícias Gazeta do Povo
             Albari Rosa / Agência de Notícias Gazeta do Povo / Movimentação de encomendas e correspondências na sede dos Correios em Curitiba
                 Movimentação de encomendas e correspondências na sede dos Correios em Curitiba

Os serviços de entrega rápida dos Correios, como Sedex Hoje, Sedex 10 e Disque Coleta, estão suspensos temporariamente por causa da greve dos funcionários da estatal. Segundo o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, a entrega de cartas e encomendas comuns continuará sendo feita, mas poderá haver atrasos.

Aproximadamente um milhão de paranaenses podem ser afetados pela greve, segundo estimativa do sindicato que representa os trabalhadores no estado, Sintcom-PR. O cálculo foi feito com base no que ocorreu na paralisação da categoria de 2009. Segundo o Sintcom-PR, naquele ano cerca de 3,4 milhões de objetos e documentos ficaram retidos nos Correios somente no primeiro dia da greve.

Os funcionários dos Correios de Maringá, no Noroeste do Paraná, Ponta Grossa, nos Campos Gerais, Foz do Iguaçu e Cascavel, ambas no Oeste do estado, também entraram em greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (14). Os colaboradores de Curitiba e Londrina, no Norte do Paraná, também estão em greve. Nessas cidades houve assembleias para decidir pela paralisação na terça-feira (13).

De acordo com dados da empresa, até as 12h desta quarta, cerca de 32% dos 109 mil trabalhadores dos Correios no país aderiram à paralisação. Em alguns setores, o número chega a 40%. Segundo a assessoria dos Correios no Paraná, 19,5% dos cerca de 6,5 mil funcionários no estado entraram em greve nesta quarta-feira.

Segundo o sindicato, aproximadamente 2,4 mil (68,5%) dos 3,5 mil funcionários do setor operacional estão em greve. O Sintcom-PR afirma que a conta dos Correios é feita com base em todo o quadro de funcionários da empresa, mas os setores administrativos não participam da greve. Os colaboradores dos Correios que entraram em greve são os carteiros, operadores de triagem (que fazem a separação dos documentos), atendentes e motoristas.

Em nota, a empresa afirma que "já colocou em operação um plano de contingência, com contratação de recursos, realocação de empregados e realização de horas-extras, para minimizar os prejuízos à população".

A greve dos Correios é um movimento nacional. A categoria rejeitou a proposta apresentada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Segundo o sindicato da categoria no estado, Sintcom-PR, a paralisação deve se estender para todas as cidades do estado.

De acordo com o sindicato, a greve é por tempo indeterminado e só deverá terminar quando a empresa apresentar uma proposta que atenda às reivindicações da categoria. Mas a empresa afirma que a retomada das negociações sobre o acordo coletivo está condicionada ao retorno às atividades e que haverá desconto dos dias parados. Segundo o Sintcom, a proposta para o fim da greve para a retomada das negociações foi rejeitada em assembleia na tarde desta quarta-feira.

A greve nas cidades paranaenses segue a determinação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) repassada aos sindicatos filiados. Em Curitiba, cerca de 400 funcionários participaram da assembleia desta terça-feira e aprovaram a paralisação. Novas manifestações, incluindo uma caminhada pelo Centro de Curitiba, devem ocorrer nos próximos dias.

A assessoria de imprensa dos Correios divulgou nota oficial nesta manhã e afirmou que a empresa trabalha para normalizar a situação o mais rápido possível. “Os Correios ofereceram todas as condições necessárias para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho 2011/2012. Apesar de todos os esforços da empresa, a paralisação foi deflagrada a partir desta quarta-feira (14)”, dizia a nota.

Reivindicações
Os trabalhadores pediram um reajuste linear de R$ 400, além da reposição dos 7,16% da inflação referente ao período entre agosto de 2010 e julho de 2011. A categoria ainda queria discutir um piso salarial que seria de aproximadamente R$ 1.635 (atualmente o piso do carteiro é de R$ 807), o aumento do vale-refeição de R$ 23 para R$ 30 e um do auxílio extra, de R$ 130 para R$ 300.

A proposta apresentada pela empresa foi de aumento salarial de 6,87% e mais um reajuste linear de R$ 50 para cada trabalhador a partir de janeiro, além de um abono de R$ 800 a ser pago após o acordo. O vale-refeição seria no valor de R$ 25 e o auxílio extra de R$ 140. A empresa não quis discutir o piso salarial da categoria.

Londrina
Em Londrina, cerca de 120 pessoas participaram da assembleia realizada no Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas (CTCE) na terça-feira, na Rodovia Celso Garcia Cid. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Londrina e Região, Cícero da Silva, destacou que a proposta dos funcionários para a campanha salarial teve início há 42 dias. A oferta da empresa foi rejeitada pela maioria.

Fonte: Jornal Gazeta do Povo

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