65% das reclamações envolvendo o PanAmericano não terminaram em acordo entre empresa e consumidor; varejo e telefônicas também estão na lista.
Banco PanAmericano, Grupo B2W (Americanas.com, Submarino e Shoptime) e Banco do Brasil foram as três empresas com a maior taxa de não resolução de problemas no Procon-PR entre janeiro e julho deste ano, segundo levantamento feito pelo órgão e divulgado ontem. O índice se refere às audiências realizadas pelo Procon estadual para solucionar reclamações dos consumidores e que terminaram sem uma solução.
De acordo com o órgão, na maioria das audiências as empresas nem enviaram representantes, ou enviaram terceiros sem uma proposta de acordo. Nos 134 dias úteis do ano até julho, o PanAmericano foi alvo de 60 queixas de consumidores paranaenses. Dessas, 39 (65%) não foram solucionadas. O Grupo B2W recebeu 251 reclamações e 155 (62%) não foram resolvidas. Contra o Banco do Brasil foram 84 reclamações e 49 (58%) ficaram sem solução.
O ranking é composto principalmente por instituições bancárias (cobranças indevidas), redes de varejo (não entrega de produtos ou produtos com defeito) e telefônicas (cobranças indevidas). Em quarto na lista ficou a BV Financeira, do Grupo Votorantim, seguida pela Aliança Eletromóveis, Santander, TIM, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Ponto Frio (veja a lista completa no quadro). Entre as 21 empresas com maior taxa de não resolução, a Oi foi a que recebeu o maior número de queixas: 435. Mas a maior parte delas foi resolvida nas audiências – a taxa de não resolução foi de 34%, bem abaixo das “campeãs”.
A advogada Claudia Silvano, coordenadora do Procon-PR, afirma que o ranking é uma tentativa de sensibilizar as empresas para que busquem soluções nas audiências do órgão. “Uma taxa de não solução de 60% é um desrespeito ao consumidor”, afirma – as sete primeiras empresas da lista não resolveram nem metade das reclamações do semestre. O órgão passará a publicar a lista atualizada mensalmente.
Em caso de não solução de um problema pelo Procon-PR, a opção para o consumidor é procurar o Judiciário. Os processos realizados pelo órgão, no entanto, continuam a ser analisados e as empresas podem pagar multas de R$ 400 a R$ 6 milhões.
Outro lado
Em nota enviada pela assessoria de imprensa, o PanAmericano informou que “a nova gestão do Banco PanAmericano está atuando diretamente na revisão e melhoria de todos os seus processos internos. Como exemplo, seus canais de atendimento aos clientes foram aprimorados.” O banco BTG Pactual comprou o PanAmericano em janeiro deste ano após a descoberta de uma bilionária fraude fiscal.
O Banco do Brasil informou que o departamento jurídico da instituição entrou em contato com o Procon-PR para analisar quais foram as 49 reclamações que não foram solucionadas. Segundo a assessoria de imprensa, alguns casos já estavam na esfera judicial, portanto um acordo pelo Procon não faria sentido. A assessoria de imprensa da Americanas.com foi contatada, mas não se pronunciou até o fechamento desta edição.
Serviço:
O ranking está disponível no site do Procon-PR, no banner “Comportamento dos fornecedores nas audiências”, na coluna da direita da página.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo
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