terça-feira, 23 de agosto de 2011

Estudo do Greenpeace detecta tóxicos em roupas de marcas multinacionais.

Pesquisa encontrou em dois terços dos 78 produtos estudados em lojas de 18 países a substância nonilfenol etoxilado (NPE), proibida na União Europeia (UE) e com fortes restrições na China.

Um estudo da organização ambiental Greenpeace apresentado nesta terça-feira em Pequim detectou substâncias tóxicas em roupas de marcas multinacionais vendidas no mundo todo, um mês após denunciar a presença dessas substâncias em resíduos de fábricas têxteis chinesas.

Segundo comunicado da organização ambiental, a pesquisa - parte da campanha do Greenpeace contra as más práticas na fabricação têxtil - encontrou em dois terços dos 78 produtos estudados em lojas de 18 países a substância nonilfenol etoxilado (NPE), proibida na União Europeia (UE) e com fortes restrições na China.

Os produtos achados com NPE foram fabricados e comercializados por 14 marcas de destaque no setor, entre elas Adidas, Li Ning, H&M e Abercrombie & Fitch, ressaltou o Greenpeace. As substâncias podem causar problemas hormonais.

O estudo corrobora os resultados de uma pesquisa anterior apresentada em julho, onde foram encontrados vestígios de nonilfenol e PFC (outra substância proibida na UE) em águas residuais junto a duas fábricas chinesas que suprem muitas multinacionais do setor têxtil.

Segundo a ONG, "o uso e vazamento de químicos perigosos é um problema muito difundido e onipresente". "Já não é só um problema para os países em desenvolvimento onde a roupa é fabricada. Dado que se liberam níveis residuais de NPE quando lavada, o problema se estendeu aos países onde seu uso é proibido", ressaltou Li Yifang, chefe de campanha do Greenpeace China.

De acordo com ele, os NPE "alteram o desenvolvimento sexual e afetam o sistema reprodutivo", por isso, mesmo em baixas concentrações, "representam uma grande ameaça para o meio ambiente e à saúde humana".

O Greenpeace realiza nesses meses uma campanha mundial contra o uso de materiais tóxicos por parte das grandes multinacionais do setor têxtil, com atos de protesto que incluíram um "striptease mundial" em 14 países.

Fonte: EFE

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