domingo, 31 de julho de 2011

Londrina e Maringá se unem por investimento milionário asiático.

Cidades estão concluindo um projeto de prospecção para receber unidade da taiwanesa Foxconn no qual se apresentam como uma “metrópole linear”. SP e MG também querem empresa.

Na tentativa de incluir o Paraná na disputa pela nova fábrica que a empresa taiwanesa Foxconn - fabricante do iPhone e do iPad para a Apple - pretende instalar no Brasil, o governo do Estado, prefeituras e empresários da região Norte e Noroeste do Estado estão finalizando um projeto para apresentar à multinacional e ao Ministério da Ciência e Tecnologia, envolvido no processo.

Batizado de “Projeto Foxconn”, o dossiê está sendo elaborado pela Agência de Desenvolvimento Terra Roxa Investimentos (TRI), de Rolândia.

A empresa taiwanesa pretende montar, nos próximos cinco anos, uma nova fábrica no Brasil, que vem sendo chamada de "cidade tecnológica" e deve gerar 100 mil empregos diretos. A ideia da multinacional, que ainda é estudada pela diretoria, é unir as cinco unidades brasileiras que já possui - em Manaus (AM), Indaiatuba (SP), Jundiaí (SP), Sorocaba (SP) e Santa Rita do Sapucaí (MG) - em apenas um lugar, segundo a assessoria de imprensa da Foxconn no Brasil. No entanto, ainda não é certo que a ideia saia do papel, principalmente por causa dos investimentos que a empresa está fazendo na unidade de Jundiaí (SP), para iniciar a montagem de iPad e iPhone.

Além do Paraná, São Paulo e Minas Gerais também entraram na disputa e vão apresentar projetos de investimentos. Rio de Janeiro e Amazonas teriam desistido da “disputa”.

A TRI afirma que o projeto deve ser concluído na próxima semana. Na última sexta-feira, a TRI, representantes do governo estadual e prefeitos da região Norte e Noroeste se reuniram, em Arapongas, para definir os últimos detalhes.

A TRI adiantou à reportagem da Gazeta do Povo que vai apresentar Maringá e Londrina como duas potenciais cidades que podem atuar em conjunto, como uma espécie de metrópole linear. “O projeto vai mostrar à empresa que as duas cidades podem atuar juntas, diferentes de outros municípios brasileiros. Vamos mostrar também que ambas possuem grandes terrenos disponíveis para abrigar as plantas industriais. Além disso, vamos sugerir a distribuição das unidades da Foxconn pela região”, disse o responsável pela área de desenvolvimento e fomento da TRI, Mário Rafael Calzavara.

Sem revelar informações estratégicas do projeto, Calzavara afirmou que a região possui pontos positivos e vantagens em relação a outras regiões do Brasil. Um dos trunfos sobre São Paulo, por exemplo, é a média salarial dos trabalhadores que, segundo o projeto, é de 20% a 30% menor que a média paulista. “Isso pode se tornar determinante na hora da escolha da cidade. Baixo custo de vida e baixos salários para uma empresa do porte da Foxconn fazem diferença.”

Incertezas cercam o projeto de vinda da Foxconn ao Brasil
A previsão inicial, divulgada em abril deste ano pelo Governo Federal, durante visita da presidente Dilma Rousseff à China, era de que a Foxconn, que já tem cinco unidades no Brasil, investisse US$ 12 bilhões no País nos próximos cinco anos. No entanto, segundo comentários no mercado, o investimento diminuiu para US$ 6 bilhões porque o governo não teria dado o direito para a empresa produzir televisores, preservando as indústrias da zona franca de Manaus. O processo de escolha da cidade que vai sediar a “cidade tecnológica” ainda é incerto. A assessoria esclarece, em nota, que “não há nenhuma movimentação sobre a cidade tecnológica da Foxconn no Brasil, ainda, por se tratar de um projeto de longo prazo.” A empresa também não sabe quando e como será escolhida a cidade.

A assessoria de imprensa do Ministério da Ciência e Tecnologia não sabe quem vai receber os projetos dos estados brasileiros interessados em sediar a multinacional taiwanesa. A assessoria informou que acredita que o próprio ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, é quem deva recebê-los.

A empresa
Fundada em 1974 em Taiwan, a Foxconn é considerada a maior fabricante de computadores e componentes eletrônicos do mundo. No Brasil, a empresa possui cinco unidades. A primeira iniciou as atividades em 2005, em Manaus (AM), onde são fabricados aparelhos celulares e câmeras fotográficas digitais. Em Indaiatuba (SP), Sorocaba (SP) e Santa Rita do Sapucaí (MG), a companhia possui unidades que também fabricam aparelhos celulares. A maior unidade está em Jundiaí (SP), onde a empresa fabrica computadores, notebooks, netbooks e placas-mãe. Ali trabalham cerca de 3 mil dos 4,3 mil funcionários que a Foxconn emprega no Brasil, conforme dados da assessoria de imprensa da companhia. No mundo, a Foxconn tem cerca de 1,3 milhão de funcionários.

De acordo com a Foxconn, a montagem dos equipamentos da Apple no Brasil não afeta o projeto de criação da “cidade tecnológica”.

Fonte: Jornal de Londrina

Nenhum comentário: