O descredenciamento é individual e difícil de acompanhar. Amil, Fundação Copel e Unimed estão entre os alvos principais.
O anúncio da Associação Médica do Paraná (AMP), do Conselho Regional de Medicina (CRM) e do Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) de que os médicos optaram por sair dos planos que não aceitaram as reivindicações de reajuste de honorários não encontra ainda alvos exatos. Mas algumas das 14 especialidades que participaram da assembleia de terça-feira à noite, na sede da AMP, apontaram a Amil, a Fundação Copel (parte da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, a Unidas) e a Unimed como alvo. O procedimento é essencialmente individual, o que torna a movimentação difícil de ser acompanhada. Ontem, quatro profissionais enviaram cópia de seus pedidos de descredenciamento à AMP e outros 30 associados comunicaram que estão prestes a fazê-lo, segundo o assessor jurídico da entidade, o advogado Fabiano Araújo.
De forma geral, ele explica que o descredenciamento é feito por meio de uma carta na qual o médico pede a rescisão de seu contrato com a operadora. “Cada contrato tem um prazo para que esse desligamento ocorra, variando de 30 dias a 90 dias. Durante esse tempo, o médico continua atendendo normalmente os pacientes daquele plano. Só depois do fim do prazo é que ele pode deixar de atendê-los”, explica Araújo.
Após o descredenciamento, o médico tem total liberdade de definir o preço da sua consulta, mas, a julgar pelas negociações da Comissão Estadual de Honorários Médicos, o valor deverá ficar em torno dos R$ 100. Atualmente, os planos pagam, em média, R$ 45 aos profissionais.
Operadoras
O presidente da Fundação Copel, Hélio Pizzatto, informou por meio da assessoria de imprensa da entidade que tem mantido reuniões regulares com a AMP, mas, até agora, não se concluiu o acordo. O mesmo ocorre com os cirurgiões cardiovasculares, que têm cooperativa própria. No caso dos urologistas, um acordo já teria sido firmado. A Fundação não quis divulgar valores.
Por se tratar de uma cooperativa, os médicos que fazem parte da Unimed Curitiba ou das outras 21 unidades do Paraná teriam de propor uma assembleia para discutir a questão dos honorários por meio de uma convocação pela maioria do conselho fiscal, ou ainda um abaixo-assinado com determinado número de assinaturas. “Há um descontentamento grande em relação à Unimed, principalmente porque ela é dos médicos e acaba servindo de referência quando os profissionais sentam à mesa para negociar com as operadoras de outros segmentos”, diz a diretora de Defesa Profissional da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná (Sogipa), Dulce Cristina P. Henriques.
Os cerca de 70 anestesiologistas que, segundo a Sociedade Paranaense de Anestesiologia, já pediram sua saída da Unimed Curitiba têm reunião marcada com a operadora na próxima segunda-feira na Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Curitiba. Segundo o promotor Clayton Maranhão, há risco de que esse desligamento tenha impacto em quatro hospitais da cidade.
A Amil informou, em nota, que a ampliação de sua rede credenciada é constante e que a operadora “valoriza o relacionamento com a classe médica, tanto que disponibiliza uma equipe totalmente dedicada às questões da rede credenciada, mantendo um canal de diálogo constante e ativo”.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo
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