Nutricionista diz que é necessário levar em consideração fatores como intensidade e duração da atividade, além do estado nutricional dos indivíduos.
A glutamina tem a tem a função de promover o crescimento dos músculos
Foto: Charles Guerra
Foto: Charles Guerra
Além de atuar como nutriente para as células imunológicas — que defendem o nosso organismo de vírus e bactérias, por exemplo — a glutamina é um aminoácido sintetizado pelo nosso organismo, que tem a importante função de promover o crescimento dos músculos.
Conforme explica a nutricionista da Rede Mundo Verde, Thais Souza, dentre os órgãos envolvidos na síntese de glutamina estão o músculo esquelético, os pulmões, o fígado e o cérebro.
No entanto, supõe-se que exercícios físicos causem efeitos sobre a produção de glutamina, diminuindo a disponibilidade desse aminoácido para as células do sistema imunológico, mas a hipótese não está totalmente esclarecida, pois é necessário levar em consideração fatores como intensidade e duração da atividade, além do estado nutricional dos indivíduos.
Confira a análise feita pela nutricionista sobre o assunto:
:: Glutamina e energia
Numerosos trabalhos têm demonstrado diminuição significativa das concentrações plasmática e tecidual de glutamina durante e após exercício intenso e prolongado. Dentre os mecanismos que levam à diminuição das concentrações de glutamina plasmática e muscular durante e após o exercício físico prolongado, destaca-se o aumento da concentração do hormônio cortisol, que estimula tanto a saída de glutamina muscular, quanto a captação de glutamina pelo fígado. Desse modo, a maior oferta de glutamina no fígado, aliada à diminuição dos estoques de glicogênio hepático e ao aumento da concentração de cortisol promovem maior estímulo da gliconeogênese hepática a partir do aminoácido glutamina. A gliconeogênese é o processo de produção de energia a partir de outros compostos que não seja a glicose, neste caso utilizaremos a glutamina como fonte de energia.
:: Glutamina e antioxidantes
A glutamina também é essencial para a síntese de glutationa, que representa o principal antioxidante celular do organismo. A depleção de glutamina, pode contribuir para um desequilíbrio entre os radicais livres e os antioxidantes, favorecendo a oxidação de substâncias essenciais para a integridade celular, o que pode acarretar lesões celulares.
:: Glutamina e síntese proteica
Estudos relacionando glutamina e o volume celular demonstram que o transporte desse aminoácido para o meio intracelular promove concomitantemente uma elevação na captação de íons sódio, o que aumenta o volume da célula e pode ser considerado como um sinal anabólico, promovendo a síntese proteica e aumentando a disponibilidade de substratos para os diversos sistemas envolvidos no processo de reparação tecidual.
:: Glutamina e sistema imune
Treinamentos intensos e exercícios prolongados, associados com períodos de recuperação insuficientes, são freqüentemente relacionados à depressão da função imune e a maior incidência de infecções das vias respiratórias. Em condições normais, a glutamina é produzida e liberada pelos músculos em quantidade excedentes àquelas utilizadas pelos linfócitos. Contudo, o treinamento pode induzir alterações no processo de síntese de glutamina nos músculos esqueléticos, diminuindo a disponibilidade desse aminoácido para as células do sistema imune, podendo provocar imunodepressão, tornando os atletas mais susceptíveis a processos infecciosos.
Fonte: Jornal Zero Hora/Bem-Estar/Mundo Verde
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