sexta-feira, 27 de maio de 2011

Em 2 anos, 31 mil hectares devastados.

Uma área de Mata Atlântica equivalente a Belo Horizonte foi desmatada entre 2008 e 2010. Paraná está entre os quatro estados que tiveram mais árvores derrubadas.

Em dois anos, uma enorme clareira de 312 km² (cerca de 31 mil hectares), quase o tamanho de Belo Horizonte (330 km²), foi aberta nas florestas de Mata Atlântica no país. O dado, di­­vulgado na véspera do Dia da Mata Atlântica, comemorado hoje, faz parte do estudo Atlas dos Remanescentes Flores­tais da Mata Atlântica, lançado pela organização não-governamental SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesqui­sas Espaciais (Inpe). Nesse período, o desmatamento no país diminuiu 55%, mas os números lançam um alerta: hoje, apenas 11,6% da cobertura original, aquela que se encontrava de pé à época do descobrimento do Brasil, ainda resistem.

  • Saiba mais

  • Veja os dez municípios brasileiros que mais desmataram



  • Fatores
    De acordo com Márcia Hi­­rota, diretora de gestão do conhecimento da ONG, vários fatores pressionam municípios e estados a descumprir a Lei da Mata Atlântica: assentamentos agrários mal realizados, especulação imobiliária, queima do eucalipto para a produção de carvão, expansão da fronteira agrícola e obras governamentais, como a construção de portos e anéis viários. Ela acredita que a aprovação da lei, que permitiu maior fiscalização, é um ponto positivo, mas ressalta a falta de conscientização como o maior entrave. “Não é somente o poder público que deve ser sensibilizado, mas a população. Nesses estados vivem 112 milhões de pessoas”.

    Municípios
    A importância dos municípios para o efetivo cumprimento da lei foi destacado pelos ambientalistas. Embora ainda dependa do estado para reprimir os crimes ambientais, o poder mu­­nicipal tem um papel im­­portante na prevenção, me­­diante educação ambiental e a adoção de critérios rígidos para frear a construção de empreendimentos em áreas de Mata Atlântica. “O município só de­­ve permitir aqueles que não derrubem a mata e que tenham princípios sustentáveis”, diz Márcia Hirota, que defende a implementação, por parte de prefeituras, do Plano Muni­ci­­pal de Mata Atlântica. O plano permite adotar critérios de preservação e recuperação das ma­­tas levando-se em conta as particularidades de cada município, mas é uma realidade distante em praticamente todas as cidades do país.

    Fonte: Jornal Gazeta do Povo

    Nenhum comentário: