Aperto no crédito não reduz previsão para liquidações de inverno.

Comércio de rua e shoppings querem aumentar as vendas em 10% a 15% na comparação com dias normais.

                                                                                                 Marco André Lima/ Gazeta do Povo

            

                 Descontos das liquidações de inverno variam de 30% a 70%; shoppings têm datas fixas

                 para as ofertas, mas comércio de rua quer acabar com os estoques

Antes de as vitrines exibirem as novidades das coleções primavera-verão, é hora de equilibrar a liquidez do caixa, esvaziando o estoque das roupas de outono-inverno e aproveitando para conquistar novos clientes. Perto do Dia dos Pais, o comércio de Curi­tiba começou seu período de liquidação nas ruas e agora inicia a movimentação também nos shop­pings da cidade. Em média, os descontos vão de 30% a 70%.

Mesmo com o crédito mais caro e os juros mais altos, a expectativa dos lojistas é de vender entre 10% e 15% a mais que nos dias normais. “As pessoas continuam comprando, peças mais baratas e mais à vista”, diz a gerente da Datelli do Shopping Mueller, Debora Malko. No Shopping São José, onde a Li­­quidação Etiqueta Ras­gada ocorreu entre 14 e 17 de julho, o movimento superou as expectativas. Segundo o superintendente do shopping, José Alcir Gruber, o au­­mento no movimento foi de 19%.

O frio que chegou intenso mesmo só a partir de junho complicou um pouco as contas dos lojistas, segundo o coordenador da Câma­ra Setorial de Confecções da Associação Comercial do Paraná e dono das lojas Lua Nova, Rui Car­los Machado de Souza. “O setor de confecção depende quase que exclusivamente do clima. A chegada do frio só depois de maio complicou o caixa dos lojistas, que tiveram de começar a honrar com as encomendas de outono-inverno em março”, justifica.

Agenda

Enquanto nas ruas os descontos vão até o estoque terminar, nos shoppings a maior parte das campanhas tem data certa. O Mueller começa sua campanha de liquidação hoje, com uma novidade: conselhos de uma personal shopper. A consultora fashion Débora Mateus estará disponível para ajudar nas compras e selecionar as melhores ofertas de acordo com o estilo, tipo físico e faixa de preço desejada. A ação será gratuita e oferecida pelo tempo limitado de 1 hora. Os interessados poderão realizar o agendamento pelo telefone 3074-1010.

Algumas lojas do Mueller já vêm trabalhando com preços mais baixos desde segunda-feira. Sorte de clientes como a professora Maria Helena Portugal. “Estou procurando uma camisa e aproveitando para namorar as vitrines com os descontos”, diz.

Amanhã é a vez do ParkShop­pingBarigüi, com a Liqui­dação Lápis Vermelho de inverno, que vai até domingo. No Shop­ping Curitiba, as promoções vão de 10 a 14 de agosto, começando justamente com o Dia dos Pais. “A ideia é que a data comemorativa seja mais um atrativo para os clientes comparecerem à liquidação, que está completando 15 anos em 2011. O fato de fazermos a campanha no início do mês, quando o consumidor acabou de receber, também é bastante positivo”, explica a gerente de marketing Andrea Costa. No Estação, entre 18 e 21 de agosto, cerca de 170 lojas vão participar da Liquidação Pon­to Mix, com descontos de até 70%.

Sorteios

Muitos estabelecimentos estão apostando em brindes, vale-compras e sorteio de prêmios para atrair os clientes. No Shopping Jardim das Américas, até 14 de agosto cada R$ 200 consumidos dão direito a um cupom para concorrer a R$ 10 mil em vale-compras. Serão dois ganhadores, com sorteio marcado para 16 de agosto.

No Palladium, uma ação do Dia dos Pais garante um porta-tênis a cada R$ 400 em compras, entre 4 e 14 de agosto. Mais tarde, entre os dias 17 e 21, ocorre a grande queima de estoque das lojas. No Shopping Cidade, a liquidação vai de 5 a 7 de agosto. A cada R$ 30 em compras, o cliente ganha um cupom para concorrer a um carro.

Aviso

Negocie desconto, diz especialista

Em um período tentador como as liquidações, os especialistas em finanças pessoais não têm medo de ser repetitivos e dizem: só compre o que precisar. “Essas liquidações são uma estratégia comercial fabulosa, porque muitas pessoas que não tinham razão para fazer compras acabam fazendo, porque ficam encantadas com os descontos. Comprar mais barato sempre é bom; só acho importante a pessoa refletir bem sobre a necessidade daquele item e também sobre quanto ainda vai usá-lo”, diz Raphael Cordeiro, especialista em finanças pessoais. Para quem está com a corda no pescoço, o conselho é passar longe das vitrines e das faixas. “Em relação ao parcelamento em si, depende da condição de estabilidade financeira de cada pessoa. Minha dica para itens exclusivamente de inverno, que você corre o risco de usar muito mais no ano que vem e não mais neste ano, é negociar um desconto de no mínimo 20%. Menos que isso não vale a pena”, avisa.

Fonte: Jornal Gazeta do Povo